domingo, 28 de dezembro de 2008

Peço licença a Hildinha!!!!

Licença para publicar o texto lindo.
Hildinha é uma pessoa querida que convivi na adolescência aqui em Ilhéus e que alçoou vôos para outros céus, nunca esquecendo,porém, das lembranças e dos contares da cidade que nasceu.




PARA ONDE VAI MINHA MÃE?
Hilda Lucas

Para onde vai minha mãe quando se ausenta em brumas, nevoeiros e despedidas intermitentes? Para onde vai minha mãe, com olhos abertos insondáveis, de corpo presente inerte e alma fugidia? Para onde vão nossos velhos quando começam a sair das nossas vidas e voltam para mundos impenetráveis, perdidos, inventados?
É muito triste ver minha mãe indo embora. Tento segurá-la, não há como. Existem muitas certezas nos delírios e nos devaneios. Tudo é real para quem mora no limiar dos mundos, nas fronteiras frágeis entre o esquecimento e a razão. O tempo pára de existir. O passado é muito mais presente, o hoje é confuso e o futuro não está nos planos. Talvez a eternidade, não o amanhã.
Que sonhos têm nossos velhos, quando sorriem serenos ou encolhem-se amedrontados? Que pensamentos tem minha mãe quando traz o olhar perdido e faz-me sentir invisível, inexistente, expulsa do seu universo particular?
Pois quando olho seu rosto, sua expressão vaga, buscando imagens desconexas e palavras que insistem em não vir, vejo o quanto esgarçado está o laço que une, o fio que conecta, o nexo do passado recente. Às vezes sei que minha mãe não me encontra no meu rosto olha através de mim, ou então me vê como se eu fosse uma desconhecida para logo depois, por estranhos e viscerais motivos, dizer que sou muito simpática ou assustar-se por me ver ali, ao seu lado, como se tivesse acabado de chegar. “Minha filha, que bom que você veio!”.
Nesses instantes sinto-me convidada para sua festa de mortos e vivos, para seus salões enfeitados com guirlandas e reminiscências; posso penetrar suas paisagens imaginárias, conheço suas sombras e ouço as mesmas histórias da sua infância e juventude, contadas nos mínimos detalhes, na mesma seqüência e com a mesma emoção de sempre.
Nossos velhos são seres fluidos, intangíveis que nos mostram seus avessos, suas manias, suas implicâncias e preferências sem cerimônia por que os códigos de convivência social não servem para quem está de partida. São seres frágeis, espectrais, que expõem sua nudez de pergaminho sem pudor por que o obsceno e o feio não cabem no mundo dos que já se despiram das cascas, dos vernizes.
São seres ranzinzas, cansativos, perdidos em pequenas obsessões, lamúrias e rotinas irritantes. São tiranos que gritam, fazem má-criações e implicam com tudo. São crianças enrugadas, assustadas com manias de perseguição, síndromes de conspiração e medo da miséria e da solidão.
Para onde vai minha mãe, quando fala com os mortos e os desaparecidos; quando conta suas histórias de menina com trejeitos e brejeirices de menina, vagando entre esferas, cruzando fronteiras, planando sobre seu mundo infantil como um pássaro que voa de olhos fechados.
Com que cara, com que roupa, como será que minha mãe se apresenta quando nessas viagens reencontra seus pais, avós, amigos e irmãos mortos? Com que olhos ela vê seus amores vividos ou não, como será que ela se vê, vendo as pessoas que povoaram sua vida e se perderam no tempo?
Às vezes ela volta com um trunfo, um souvenir. Pode ser uma música, uma sensação, o gosto de um doce... Ela volta rindo, satisfeita como o mergulhador que retorna à superfície com uma pérola na mão.
Outras vezes ela traz feridas abertas, mágoas revividas, rancores. Volta arredia, amarga como se tudo tivesse acontecido naquele instante. Então, ela chora as mesmas lágrimas que já foram derramadas e sente as mesmas raivas que já foram expurgadas. O gosto de fel é o mesmo e a dor lateja igual, perpetuada.
Onde está minha mãe quando esquece meu nome mas recita salmos e sonetos inteiros como uma possuída, entregue a um fluxo inesperado e borbulhante da memória. De onde ela vem quando declama com eloqüência em arroubos de colegial os poemas de Castro Alves; as orações infantis e os hinos escolares.
De onde vem minha mãe trazendo frases poderosas como: “São tantos os pensamentos na minha cabeça querendo ser proferidos que eu me sinto enlouquecer”, “Cada vez que eu fico assim, confusa, eu passo a enxergar com maior clareza”, ou “A vida é um jogo, implacável e belíssimo, e as piores batalhas são as solitárias travadas no coração”, e finalmente, “Todos queremos ser felizes mas só os sábios o são”. De onde retorna minha mãe com sãs filosofias?
O que sentem nossos velhos nos momentos terríveis de lucidez, quando percebem-se confusos, partindo em pânico, por que tudo é estranheza e esquecimento, impotência e fragilidade; tudo é novo, hostil e as pessoas são caras sem nome sem significado? Quanto assusta penetrar, sozinho e vivo, o desconhecido? Ah, mãe! Quem é você quando eu não lhe reconheço? Quem sou eu se não for sua filha? Quando nossos velhos desaparecem nas brumas, a quem amamos?

domingo, 21 de dezembro de 2008

LER...ABSORVER...

Antonio Naud Júnior

"A impossível certeza dessa solidão oculta
o impassível desejo que se derrama
e a luz de uma sombra que aberta lembra uma seara
pergunto: com que setas havemos de colocar na sua língua
o verbo condutor do reencontro e do mistério?"

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O texto e a mensagem sobre ele...

O TEXTO...

AS IMPRESSÕES DA FAXINEIRA DE ILUSÕES E DA MULHER QUE ESPIA PELA JANELA...

(Aos olhares de Euzner Telles)

Amanhecia quando as gentes da aldeia iniciaram o labor. Trabalhadores da noite, fazendo o roteiro inverso, descansavam suas ferramentas para o descanso necessário, mulheres com roupas coloridas empunhando vassouras e carrinhos firmavam suas energias para a limpeza das ruas e o burburinho natural de qualquer manhã a ser iniciada marcava seu espaço.
A Faxineira de Ilusões e a Mulher que espia pela janela conversam sobre a vida que passa...
E escutam músicas e revivem épocas e choram lembranças boas que se foram como a grande chuva que lavou a aldeia e aguçam os ouvidos para sentirem os lamentos piazzolianos do Libertango.

As duas mulheres olham os seres que passam diante de suas observações e tecem comentários, abençoam umas vidas, enaltecem outras e reverenciam algumas.

O Menino que caminha entre as praças cresceu como num passe de mágica e busca seus sonhos sem as mãos que lhe prometeram ajuda,porque a esperteza agora domina os passos de quem, agora, cambaleia.

O Homem que era puro foi transformado em endurecido ser, provou das volúpias escondidas por um tempo, realizou a paixão contida, viajou por agreste chão para realizá-la e ter certeza de que sexo e traição são irmãos siameses.
Hoje, ele olha longínquos horizontes, pisa em terrenos movediços, enxerga pessoas estranhas e continua se esquecendo de ver quem esteve sempre ao seu lado e agora se prepara para ir embora sem ser vista,porque o tempo está esgotado.
E as idéias empedernidas do Homem que enternecia tanto e agora amedronta por suas palavras e ações, interpretam tudo errado, dançam como esbranquiçados véus esvoaçantes.
E a Faxineira teme por esse Homem...

A Mulher que espia pela janela enternece seu olhar quando vê o Rapaz que está manuseando aprendizagens e acalantou a veia principal de sua existência num lamento quaresmal, que a emociona até hoje.

A aldeia já altera a sua aparência, pois é período de festas. Porque a época exige coloridos especiais, as pessoas respondem aos sonhos e aos apelos entrando pelas casas que possuem o que elas querem.
As duas mulheres permanecem observadoras. As melodias que lhes encantam revivendo momentos invadem suas entranhas e re-constroem os sonhos, que lhes alimentaram pelas fases vitais.

A Faxineira que lida com ilusões, envernizando-as e ou limpando suas impurezas, observa a Mulher que chora a saudade de uma Menina que está longe, mas, é amparada, em sua insensatez, por pessoas que estão desconhecendo a dor e a angústia de um ser que tem a especial função de amparar.
Mas, porque a vida ensina tanto e as respostas são chegadas no momento certo, ela, acalentando, começa a limpar as dores e aspirar as lágrimas da Mulher que conversa com a noite (porque o sono adormece em outras plagas), revê fotos, acaricia lembranças da Menina e chora todos os lamentos que, na solidão, pode chorar.

O dia já clareia as ruas e as duas mulheres continuam observando.Ficam felizes pelas pessoas que visualizam as belezas da natureza e transmitem isso, por todos os gestos solidários e os cumprimentos obrigatórios de quem começa o dia, a tarde, a noite
A Mulher que espia pela janela por fuga anímica, resolve que é chegado o momento de escancarar portas e deixar que as réstias de luz dêem espaço para o sol, para a vida ficar plena. Ela precisa de sua casa, de seus amores e de alentos que lhe restituam a condição de mulher...
Suas arestas que permeiam a essência vital precisam ser removidas, as correntes rompidas e o sentimento humilhado e escondido precisa de espaço, porque é hora de ampliar seus horizontes.

A Faxineira vai ao encontro de seus afazeres.Tem muito o que fazer, a aldeia está cheia, suas gentes eufóricas e ou preocupadas.
O Rapaz que emocionou a Mulher que espia pela janela anda pela calçada e a cumprimenta. Ela torce para que suas aptidões renasçam e voltem a encantar quem tem sensibilidade.Porque é preciso emoção.
Ela caminha pelas ruas e passa seus olhares para as pessoas procurando ajudá-las.
Ana Virgínia Santiago
04/12/2008

A MENSAGEM SOBRE ELE...
De: Euzner Teles Alves
Para: avsantiago@uol.com.br
Data: 10/12/2008 10:59
Assunto: "As impressões da Faxineira de Ilusões e da Mulher qu e Espia pela Janela"

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Ana Virginia,

Enquanto minha crônica estava sendo publicada, eu estava em Nilo Peçanha!!!
Ela nutre minha alma, me aqueçe...me faz andar sem pressa!!!
Pessoas como você, Antonio Júnior, Neuzamaria Kerner, fazem com que revejamos a vida, fazem com que consideremos a mágica da vida!!!
Gosto disso!!!
Mas daí a ter "As impressões da Faxineira de Ilusões e da mulher que espia pela janela", aos meus olhares!!!...
Foi muito!!!...muito bacana Ana Virgínia!!!
É responsabilidade!!!
Sei que você é um farol , um discreto farol, nas questões que dizem respeito ao universo humano, em particular o seu amor por Ilhéus, e a sua dedicação e serviço prestado às questões culturais...me afinam com você.
Irei lhe fazer uma visita.
Vou te ligar para articular-mos, você merece flores. Um bouquet!!!
Por enquanto, meu particular apreço!!!

Atentamente,

Euzner

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ELES DEIXARAM PARA A GENTE LER...E ABSORVER.

" In God we trust, all others we audit( Em Deus nós acreditamos, os demais nós auditamos)."
University of Vermont, apud Pollit et al.

" Nunca considere o estudo como um dever, senão como uma oportunidade para penetrar no maravilhoso mundo do saber" (Albert Einstein)

"Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir" Seneca

"O País necessita de um sistema de ensino técnico amplo, diversificado e ágil, para oferecer alternativas concretas e atraentes de profissionalização aos nossos jovens". (Paulo Renato Souza)

sábado, 6 de dezembro de 2008

OS DEVANEIOS DA MULHER


(Muchacha de Espalda- Salvador Dali)



Ela percorre os seus devaneios, mais uma vez. Tenta buscar o ponto nevrálgico que a levou a um precipício vital, fazendo com que os seus passos, cambaleantes a guiem para o caos.
Porque tinha ternura nas intenções de felicidade e seus sonhos caminhavam de mãos dadas com a alegria e as vontades concretizadas, Ela procurou respostas.
Porém, o silêncio que, impenetrável, marcava a sua irrefreável voracidade em torturá-la,calava as respostas e como uma nevasca torturante,gelava a sua alma,petrificando-a em suas angústias.
Ancorada na maturidade que lhe embala nos braços, Ela vai, como Penélope na espera ulisseana, tecendo uma inacabada esperança como forma de sobrevivência para não perecer.
Aquela resposta ansiada não lhe chega e Ela, enlouquecida pelas saudades do que não teve mas sabe que existe, numa interminável espera, aconchega no coração a Menina que lhe fugiu da vida e de sua história pensando que cresceu, numa utopia estúpida e incoerente, mas,protegida por quem lhe dá colo, braços abertos e mãos em aplausos.
O que ninguém entende é que Ela não quer a Menina sob o seu jugo e sim a alegria compartilhada e o riso solto, que ecoava pelos espaços e por seu coração.
Os devaneios dançam em sua mente e Ela vislumbra uma luz, como no túnel de Kurosawa, que toma uma dimensão magnífica e se materializa em harmoniosa e melódica canção. Então, pela única vez, o sorriso acaricia a face Dela,porque um Menino encantado e que ainda lhe dá esperanças vem ao seu encontro e lhe fala de vida e de renascimento.
A Mulher que alimenta os devaneios anímicos para saciar sua essência, assustada, na manhã que se inicia, vê operários dormindo na calçada pelo labor da noite que os exauriram e fica emocionada. E continua sua rotina de acordar, agradecer, seguir,observar, ver, e, às vezes, chorar pelas indignidades alheias que chocam, por serem inesperadas e inexplicáveis. E Ela pára e reflete sobre as ações humanas que magoam e maceram para sempre. E chora, mais uma vez.
Porque seus devaneios são muletas para a sua vida, Ela recosta o coração no anjo que lhe guia e pede proteção, porque está sem forças.
A vida desmorona para Ela,porque procura entender o que acontece no íntimo das pessoas para serem transformadas em robotizadas lições de improbidade e desrespeitos, sem tomarem consciência de quem é tão simples viver, usufruir do casulo que é criado em nome de amores.
Mas, sempre renascendo pela coragem de enfrentar a vida, Ela caminha sob a orientação do sol,porque o dia estimula ao querer mudanças,ao aceitar reações que estão na contramão de sua essência e de suas idéias e ao respeitar as incontáveis diferenças.
Porque desacreditou em muitas convivências, que lhe viraram as costas, Ela tenta apanhar com as mãos os respingos de luz que vão saindo da fresta da janela. E entende que é chegada a hora da hibernação...
E fecha as portas e cortinas e descansa na solidão do espaço que lhe emprestaram para viver.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

ATENTAR PARA O QUE ELES DISSERAM...

MONTESQUIEU (Do Espírito das Leis, livro XI, capítulo XX):

" Não se deve nunca esgotar de tal modo um assunto, que não se deixe ao leitor nada a fazer. Não se trata de fazer ler, mas de fazer pensar."



HASSAN ZAOUAL:

"Em todos os lugares, cada vez mais, as pessoas sentem a necessidade de crer,de se inserir em locais de pertencimento. Assim, à medida que cresce o global,também amplia-se o sentimento do local."


GUIMARÃES ROSA:

" Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura."

EDGARD MORIN:

" Todo conhecimento, incluindo o conhecimento científico, está enraizado, inserido e dependente de um contexto cultural, social, historico"


VIVEIROS DE CASTRO

" A forma do Outro é a pessoa"

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ELES DISSERAM...

Edgard Faure:
" O futuro não foi feito para ser previsto, mas para ser inventado e construído."

Aristóteles(384-322 AC):

" Se o olho fosse um bicho visão seia sua alma"

Simone de Beauvoir (A velhice-1976)
" Paremos de trapacear; o sentido de nossa vida está em questão no futuro que nos espera; não sabemos quem somos se ignoramos quem seremos: aquele velho, aquela velha, reconheçamo-nos neles"

Paulo Freire

" Ninguém é analfabeto por eleição, mas como consequência das condições objetivas que se encontra"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ELES DISSERAM...

ANDRÉ MALRAUX,em "L'Espoir"

"... Manuel ouvia pela primeira vez a voz daquilo que é mais grave do que o sangue dos homens, mais inquietante que sua presença sobre a terra: - a possibilidade infinita do seu destino."

NIETZSCHE, em "Assim falava Zaratustra"

" Um dia Zaratustra adormecera debaixo de uma figueira, pois fazia calor e com seu braço protegia o rosto.Apareceu então uma vibora que lhe mordeu no pescoço."

EGARD FAURE :
" O futuro não foi feito para ser previsto, mas para ser inventado e construído."

sábado, 22 de novembro de 2008

ALINA BENEVIDES, MESTRA INESQUECÍVEL


Alina Benevides deixou saudades no INSP. Hoje, vivendo no Rio de Janeiro, pouco vem à cidade para matar as nossas saudades. Minha amiga,tão companheira e tão presente na vida de meu filho, quando chegou em terra carioca!

PAPAI NOEL... II

NATAL É PRECISO.



PAPAI NOEL EXISTE!!!!!!!!

Tia Berta Pacheco


Tia Berta foi a minha primeira referência cognitiva. Uma pessoa especial, que foi responsável pelo "primeiro caminho"da aprendizagem de inúmeros profissionais de Ilhéus. Uma mulher forte, meiga e grandiosa.Tenho muito orgulho em tê-la no meu mundo vivencial.

Laços indissolúveis ...Rosana



Minha única irmã, além de comadre ( consagrou minha filha Mariana), comadre da afilhada Mariana( que batizou Bárbara, sua filha) rs que confusão!!!rs
Na foto com Nara Santiago(no meio) e eu, num momento muito feliz para a minha vida, que foi a formatura de minha filha Mariana.(Rio de Janeiro)

Amigos...VI


Genebaldo,querido, amigo para todos os momentos, meu "eterno ouvinte", inteligência absurda, que me faz bem. Bom tê-lo comigo.

Amigos ... I


Célia, muito querida, quando mais precisei de presença amiga, ela estava junto.

Amigos...II


Meu grande e inesquecível amigo Pedro Mattos, diretor e ator teatral, responsável por tudo de grandioso, na cultura, que aconteceu em Ilhéus. Hoje, é estrela de céus distantes. Saudades, amigo.
Na foto, eu, Bárbara( com 8 meses) e Pedro.

Amigos... III


Antonio Naud Júnior, artista de todas as artes...Grande!!!

Amigos...IV


Noquinha, amiga de tanto tempo, colega de trabalho, grande energia espiritual.Uma figuraça!!!!

Amigos...v


Goya Pessoa, grande amiga, a pessoa mais chic que já conheci! Está tão longe... Europa! Como faz falta!

Meus pais...afetos para sempre


Meus pais, José e Detinha, vidas que nos deram a vida e que, agora, precisam de nossas vidas...

Amores especiais são eternos... IV


Meus filhos Mariana(com 4 meses) e Gabriel (com 3 anos e 6 meses). Ilhéus-Bahia.

Amores especiais são eternos... I


Mariana, minha filha, pequenina, em Olivença. Paixão de tantos corações da família!Hoje, psicóloga, residente em terra distante da nossa. Distância...

amores especiais são eternos...II


Meu filho Gabriel e o primo Neto, amigos inseparáveis...em 1984!!!!Circo Folias da Gabriela,Ilhéus, depois da primeira apresentação de Gabriel, com o pai, no Projeto Pixinguinha. Começava a trajetória do músico Gabriel Santiago.

Amores especiais são eternos ...III


Sempre a doce menina dos olhos claros, que veio para nós como presente de Páscoa...Bárbara!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

APRENDA...




Para Paulo Lourenço, pelo dia 22 de novembro



Há dezoito anos, num dia dedicado à música, 22 de novembro, nós recebemos um presente especial - Você- que chegava com uma missão, também especial: colocar em nossos corações a vontade de voltar a sorrir, o desejo de prosseguir com os planos de vida e a necessidade de preencher de amor uma casa que sentia a saudade latente de alguém, que tinha ido passear nas estrelas e nunca mais voltou para o nosso convívio sob a forma de presença física.

Veio você, e, em homenagem ao Menino que se foi de nossas vidas para conhecer a Via Láctea e os astros celestes e ao Homem que lhe deu as boas vindas ao chegar, a dignidade e o sentimento grandioso, recebeu o nome dos dois.

Como o tempo passa!
Você, pequenino, amparado por tantas mãos familiares e afetivas, foi crescendo, acreditando, querendo sonhar, sonhando por querências amadas, tendo em seu coração a certeza de que muitas vidas giravam em torno da sua, alicerçando a segurança que sentia diante do mundo.
Figuras femininas e maternais a velarem por você.
E como tinha pessoas nesse mundo!

Como o tempo passa!
Hoje, dezoito anos, mesmo jovem, você já aprende certas coisas. Aprende que o amor pode existir, quando verdadeiro, que ausências são importantes para o crescimento pessoal e espiritual, que aquele mundo que você conheceu com tantas mãos e sorrisos, que nortearam os seus passos, agora está restrito ,porque ,na vida, a gente precisa aprender e respirar fundo, para crescer...

Como o tempo passa!
Aprenda com as adversidades, que ser grande é ter humildade, olvidar os gestos e ações que não são vistos,mas, cravam no coração e aparecem a toda hora.
Entenda que espaço e lugares físicos, não levam a nenhum caminho no futuro.
Ao contrário!
Continue amando quem lhe deu amor, absorvendo o que lhe faz bem, esquecendo o que está lhe fazendo mal.
Aprenda que o conhecimento intelectual supera tudo, até as adversidades que nos são impostas, porque nos faz seres profissionais, seres seguros.
Aprenda que mudanças são importantes e que a palavra dita deve ser eterna. Continue sendo o mesmo em suas ações, sem disfarces, nem mentiras, sem traições, nem subterfúgios,porque o que nos leva ao ápice, Paulo Lourenço, é ter a grandiosidade de enxergar para frente, encarar olhares e preservar valores.
Isso significa ser Homem e, você, aos dezoito anos, sabe o que é.

A VIDA QUE PASSA NO ENCANTADO MUNDO DAS MULHERES BORGEANAS

Elas são encantadas...dançam tango ao som de Piazzolla, rodopiam com as asas presenteadas pelos pés de Isadora, cantam e encantam com os cantares de Callas, em lamentos que doem n’alma.
Vivem sob a proteção dos deuses que sobrevoam muitos céus e sorriem com as alegrias que lhe são proporcionadas pela singeleza do dia a dia.
São seres alados que habitam em labirintos borgeanos e, se houver necessidade, distorcem suas imagens nos imensos e intensos espelhos que lhe remetem ao maravilhoso mundo de Alice.
Elas observam as aldeias que visitam e sempre são sinônimo de felicidade,pois, vestem longas e floras saias coloridas, batem palmas, dançam.,entoam cantos de amor e solidão, esperança e tristeza, encontrando afinidades nos corações dos campestres, sempre abrindo braços,acalentando saudades, aplaudindo alegrias.

São mulheres especiais que espiam a vida que passa por suas vidas, fugindo da realidade que lhes impuseram quando lhe machucam e maculam as suas essências.
São as encantadas mulheres borgeanas que param diante de tantas pessoas e as fazem parar e meditar.

Elas são encantadas...acreditam em estrelas,acionam os astros, sorriem quando a Faxineira implica em dar brilho às ilusões e voa para o espaço de Centauros e sempre estão em busca de liberdade.

São especiais na condição feminina e exalam perfume de alecrim e alfazema e lutam pelos espaços que ainda lhes são negados pela batuta da hipocrisia e temor.
Sempre estão com os olhares para todas as direções temendo os dissabores.
Choram quando sentem as punhaladas do desamor e traição, mas, são abençoadas pelas asas de Fênix e respiram fundo, jogando ao alto as atitudes que só fazem mal.

Elas são encantadas e vivem no mundo borgeano dos labirintos e espelhos que refletem as distorções de quem não conhece a afetividade.
Elas são especiais.

AS OBSERVAÇÕES DA MULHER QUE CAMINHA NA MADRUGADA

A Mulher que caminha pelas manhãs tem o que contar de suas andanças pelos campos, ruas, jardins e calçadas...

É só querer ouvi-la.

Observa a primavera em sua grandeza colorindo a estrada, com tons e nuances diversos e reverencia a Presença de Deus pelo caminho. E questiona ao seu coração, por que nem todos as pessoas que passam pela estrada, observam a beleza de cada árvore, das casas humildes que iniciam o dia com seus moradores abrindo os braços para os céus, indo ao trabalho, crianças buscando o saber, nativos em suas diversas características e a estação encantada apresentando suas obras:flores, árvores, cores e cheiros.

A cada manhã, o milagre da vida impõe a sua grandeza!

A Mulher que caminha para o labor,na manhã iniciada, sente a alegria contagiante dos agraciados com a beleza, porque tem a oportunidade de ver a vida pulsando cedinho, muitas vezes,a neblina estimulando a precaução,em outras, a história de vidas e famílias andando pelos acostamentos com suas mães protegendo os filhos em direção às creches e às escolas rurais,para não serem continuação com suas heranças de desinformação e vendas no cognitivo.

A Mulher que anda pela manhã, ás vezes, passa pelo espaço urbano e vê pessoas cuidando da saúde, grupos formados que preservam o roteiro ano após ano, jovens entendendo o valor da vida saudável e inúmeros cumprindo as metas orientadas pelos homens da saúde.

Tudo reporta ao viver!

A Mulher que caminha na manhã que surge tem as suas conversas interiores, pede proteção a quem acredita e ninguém vê, conversa com seu coração todas as mágoas que lhe deixaram marcas, numa forma de exorcizar as dores que não querem ir embora e aplacar as ausências que lhe afetam e lhe fazem tantos males.

Ela tem um ser encantado dentro de si que lhe conta mistérios, lhe faz afagos com doces versos, canta as canções que esqueceram de lhe ensinar e direciona seus pensamentos sempre para a linha da serenidade.Ele habita em sua essência e brinca de esconder para que ela sorria, quando as lágrimas estão intensas.

A Mulher que caminha na manhã que lhe guia para o labor, observa...observa...observa e se cala.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

" A ÁFRICA NÃO DEIXA EM PAZ O NEGRO, DE QUALQUER PAÍS QUE SEJA, QUALQUER QUE SEJA O LUGAR DE ONDE VENHA E PARA ONDE VÁ"
(Jacques-Stephen Aléxis - Haiti)



" OS ÚNICOS HOMENS REALMENTE GRANDES ENTRE OS "NÃO-LIVRES" E OS OPRIMIDOS SÃO AQUELES QUE LIUTAM PARA DESTRUIR A OPRESSÃO"
( WALTER RODNEY- GUIANA)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PAULO FREIRE

" O ato de estudar não é um ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las... o ato de estudar é no fundo uma postura frente ao mundo"

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

MONÓLOGO DA MULHER QUE ESPIA PELA JANELA

Eu vivi o milagre do amor. Ele veio pelas frestas iluminadas que me direcionaram por muito tempo e respaldaram o meu coração para as dores que agora sinto.
Eu conheci as alegrias de sorrisos iniciantes, passadas incertas, palavras nascidas, olhares inebriando o encantamento que só quem o conhece sabe a dimensão do sentimento.
Eu vi as pessoas ao meu redor mostrando as diversas facetas da capacidade de ser anjos e demônios, alicerçando a minha consciência dos contrários.
Eu andei por terras que me acolheram e confirmaram a existência do respeito e da amizade.
Eu senti a vida nas ações de estranhos e o desamor nas mãos de afins.
Eu vi a insensatez tomando conta de um ser que era tão especial e que me confirmou a presença da morbidez.
Eu vi tantas coisas, amei tantas pessoas, senti tantas dores, levantei tantas vezes do poço que me empurraram!
Eu sobrevivi ao ato da traição, sendo amparada por mãos que agora não mais se abrem, porque sofreu mutações,porém, naqueles momentos era o anjo que o meu coração necessitava.

Eu vivo a alegria da vida pela presença de uma Energia que me dá forças e que me diz que ainda existe o sentimento amoroso. Ele vem sob a forma de olhares, atitudes, bálsamos par as dores anímicas que tanto me atormentam.
Eu conheço o que perdi pelas imagens preservadas e gravadas dos sorrisos que iniciaram a minha maternal alegria, pelas miniaturas coloridas que foram guardadas para( re)lembranças de décadas passadas, pelas palavras escritas e eternizadas, pelo olhares iluminados ainda existentes em que passou por minha existência e habitam em outras terras.
Continuo identificando pessoas que afagam e esbofeteiam, sorriem e fazem chorar, mostrando as faces do livre arbítrio.
Permaneço com o meu mundo vivencial eternizado pelas lembranças de quem me amou e me respeitou, traduzindo a amizade com gestos e ações.
O meu coração fica estarrecido vendo florescer afins que são desumanos, novas passadas que já se mostram íntimas e machucam quem já habitava em passados de história e vida.
Eu choro a dor da perda de quem ainda vive, a ingratidão ampliando a minha solidão.
Eu fujo de uma realidade que está doendo no âmago do meu ser.Resisto à real situação de olhar quem era visto com outros olhares e vive de costas para o meu sentimento.
Eu sou a Mulher que espia pela janela para não perecer. Vivo no mundo drummoniano para despir-me do sofrimento,porque evito que minh’alma fique mais macerada.
Sou a Mulher que espia pela janela numa forma de preservar a minha essência que são muletas para a minha existência.
Vejo uma outra Mulher, que abriu portas, escancarou janelas, cuidou de vidas, agora, transformada em silêncios para ouvidos tapados, olhos cerrados, lábios fechados e ações deturpadas. Ela é o meu espelho borgeano, que me esconde nos labirintos para refletir sobre o meu futuro.
Personifico a decepção ao ver quem não enxerga o que está tão palpável, tão claro, tão explícito e esquece de ouvir e escutar...
Sou as mãos que vivem em conchas para não perder a fé, a Mulher que acredita no que não se vê, mas, existe e encontra colo para os encantos de seres que acalantam minhas esperanças e enxugam minhas lágrimas.
Sou a Mulher que espia pela janela e vê na aldeia que me abriga as constatações das causas e efeitos,verdadeiros ensinamentos vitais.
Eu vivo o que visualizo pelas réstias de luz das janelas da vida, que estruturam a essência do que eu sou hoje.
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DISCURSO DE BARACK OBAMA, JÁ ELEITO PRESIDENTE DOS EUA

DISCURSO DE BARACK OBAMA. PRESIDENTE ELEITO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PRONUNCIADO DIANTE DE MAIS DE 100 MIL PESSOAS NO GRANT PARK DE CHICAGO (ILLINOIS) POR VOLTA DAS 23H LOCAIS (3H, HORÁRIO DE BRASÍLIA).05/11/2008.


"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.
É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.
É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.
Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e Estados azuis.
Somos, e sempre seremos, os EUA da América. É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.
Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA. Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.
O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.
Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.
Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais
viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.
Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.
Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.
A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos EUA da América.
A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho. À melhor equipe de campanha formada na história da política.
Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir. Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.
Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.
Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.
Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês. Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.
Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.
Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.
Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.
O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos
Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos. Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.
Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.
O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.
Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.
Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.
Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.
Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.
Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.
Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.
Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.
E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.
E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.
A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.
E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.
Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.
Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.
Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.
Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.
Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.
Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.
Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.
Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.
O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Podemos.
EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer.
Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?
Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.
Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.
E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os EUA da América".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

BARACK OBAMA:

"Não há uma América liberal e uma América conservadora, há os Estados Unidos da América. Não há uma América negra e uma América branca e uma América latina e uma América asiática. Há os Estados Unidos da América."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

FERREIRA GULLAR

Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em meio ao sofrimento e o desamparo, acender uma luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espírito dos homens"
( Livro: Toda Poesia-José Olympio Editora)

domingo, 26 de outubro de 2008

ANJOS, ARLEQUINS, FADAS E PALHAÇOS NO MUNDO DA FAXINEIRA DE ILUSÕES.

Apaziguando suas angústias, pela reclusão, a Faxineira retornou ao seu labor, passeou pela aldeia e reencontrou pessoas que lhe faziam ampliar a visão da vida.
Espantada, encontrou uma Mulher que sofria as dores do parto ao contrário, tentando fazer o retorno, ao seu ventre, da menina que se perdeu e está amparada por confusas opiniões e caminha para um labirinto sem fim...
E, diante de um visual magnífico que atesta a presença de Deus, a Mulher contou suas aflições e embalou suas mágoas, questionando o verdadeiro papel de quem acalanta ,por meses, um ser em formação. Para que o sentido aguçado da sensibilidade enternecendo os sonhos, os projetos de bonecas, os desejos de passeios estelares, se o crescimento do serzinho que tanto preencheu suas alegrias, agora, na contra-mão, esquece do papel iluminado da mulher que, sublimada, abriu as fronteiras da maternidade e se transformou em mãe.
Silenciosa, a Faxineira nada conseguiu falar, porque a dor lancinante da ingratidão, marca a alma e faz perecer, e, revigorando o coração , a Faxineira, pela energia da água que tinha à sua frente, caminhou e iniciou a sua missão. Aspirar, varrer, limpar, espanar.
Entrando no surreal e dalístico mundo, viu anjos que descansavam suas energias, fadas que aguardavam seus momentos especiais,arlequins que escondiam, em preto e branco, “o sublime rei de um exército de fantasmas” e palhaços, inúmeros palhaços, que , em profusão, confundiam os transeuntes.
E, como metáfora vidente, falavam, gesticulavam e agiam como tais personagens camufladas.
Por que a amizade é colocada debaixo dos tapetes para dar espaço às cédulas e moedas, que são requisitos maiores de sobrevivência de muitos?
Em que mundo foi criado o encouraçado ser que camufla, esnoba e desfaz o que é dito para o vento?
E a Faxineira começa a aspirar as impressões negativas que estão no ar. E lava as passadas sub-reptícias que enfeiam os passeios de tantas ruas. E, asperge os olhares que congelam, ferem e matam. Olhando ao redor de tantos espantos, ela enxerga um clarão e conversa com uma sábia senhora que, em sua humildade, profetiza verdades. E que, para espanto de muitos, conversa com seres invisíveis, ouve seus lamentos, suas preocupações, seus recados e enxuga lágrimas de quem foi mãe e sempre será maternal proteção...
A aldeia está mudada. A mulher que chora pelo retorno da menina que gosta da lua, sente que o traço vital já está firmado pela inconseqüência e incompreensão. E , triste, encontra o desamparo e a decepção. E dá as mãos à solidão.
Haveria oportunidade de ver uma Fada pairar nos sonhos da Mulher que se perdeu da menina e reconhecer o que ela vê, pressente e não pode ser acreditada?
A aldeia está mudada. Um espaço que antes era direcionado por uma fortaleza, agora está ruindo e um novo conceito de liberdade (?) foi implantado e vedou o que era espontâneo,até mesmo as desavenças, para ceder o lugar, a um arlequim dos labirintos borgeanos que se esqueceu dos espelhos que denunciam.
Há mudança na aldeia e a Faxineira de Ilusões caminha para o seu labor.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Glória Perez

Glória Perez escreveu bonito sobre a tragédia de Santo André. Quantos valores continuam sendo invertidos em nosso país!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

QUE DESCOBERTA!

Um dia acreditei em sentimentos imutáveis... Agora, tento rever meus conceitos de vida, querências, afetos, pessoas, entes queridos, amigos.
Porque, pode ser que, quem fazia parte de um mundo tão meu, não tinha a mesma sintonia do meu coração.
Que pena!

ELES LEGARAM PARA NOSSOS CORAÇÕES

*A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz.
Hannah Arendt

*Sonha o menos possível, exceto quando o propósito direto do sonho for um poema ou uma produção literária. Estuda e trabalha.
*Fernando Pessoa

*Uma criança não reza, ela é uma oração.
Walt Whitman

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MÁRIO QUINTANA:

"Cada palavra é uma borboleta morta espetada na página:
Por isso a palavra escrita é sempre triste..."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Li o texto, abaixo, e achei coerente em certos momentos da vida,porque, às vezes, a gente pensa que vai perecer de tanta dor...Melhor ainda seria se tivéssemos um Mestre que nos desse a mão, estimulasse a nossa auto-estima e nos iluminasse com tanta sabedoria.

SEJA UM LAGO


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse
Uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
“Qual é o gosto?” perguntou o Mestre.
“Ruim” disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra
mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou
O sal no lago, então o velho disse:
“Beba um pouco dessa água”.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
“Qual é o gosto?”
“Bom!” disse o rapaz.
“Você sente o gosto do sal?”
Perguntou o Mestre.
“Não” disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
“A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor
depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer,
a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas
que você tem na vida.
Deixe de ser um copo. Torne-se um lago”.
(autor desconhecido)

APLAUDIR, REVERENCIAR E RESPEITAR UMA MULHER.


Hoje reverencio uma Mulher.
Uma Mulher que, um pouco mais de meio século, é uma fresta iluminada em minha vida e de tantas outras vidas, abrindo caminhos, clareando espaços, e, dentro da sua forma de ser, mostrando a força de quem sempre norteou a quem fez e faz parte de seu mundo vivencial.

Hoje é dia de falar de gratidão.
De relembrar a vida dinâmica que tinha a energia só possível em super heróis do mundo infantil, andando de um lado para outro, ocupando todos os espaços exigidos e permitidos em nome de uma maternal missão.

Hoje é dia de aplausos.
De aplaudir uma Mulher especial que apascentou duas gerações, abdicando de sua própria vida, mesmo que limitada fora do seu mundo, para acalentar, alimentar, impor limites, ensinar deveres e direitos, dar exemplos e encontrar tempo para vivenciar e exercer a caridade aos menos favorecidos sociais.

Hoje é dia de silenciar por respeito.
Calar diante da batalha atual da Mulher - por quem estou reverenciando – que luta contra um exército, agigantando-se como um oceano que lhe tolhe o equilíbrio, enviando ondas momentâneas que lhe fazem olvidar o que lhe encantou, lhe marcou, lhe deu vida.

Hoje é dia de enfrentar invisíveis seres que não lembram do passado e, hoje, presentes mais do que nunca, estão fechando olhos, por interesses pessoais.
E esquecem de reverenciar a Mulher que formou suas trajetórias, abrindo caminhos, clareando espaços, acalentando, alimentando, impondo-se, repreendendo e anulando a própria vida para dar vida a tantos deles.

Hoje é dia de aplaudir a minha mãe por tudo que foi e é, de parabenizá-la pelo aniversário próximo, e agradecer a sua vida em minha vida e na de meus filhos, por quem é reverenciada até hoje.

James Lovelock em A Vingança de Gaia

“Gaia, a Terra Viva, está velha e não está mais tão forte como há 2 bilhões de anos. Ela luta para manter o planeta fresco o bastante para sua profusão de formas de vida contra o inevitável aumento do calor solar. Mas, para agravar suas dificuldades, uma dessas formas de vida –os seres humanos, animais tribais aguerridos com sonhos de conquistar até outros planetas- tentou governar a Terra em seu próprio benefício somente...”

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Isto sabemos.
Todas as coisas estão ligadas
Como o sangue
Que une uma família...

Tudo o que acontece com a Terra
Acontece com os filhos e filhas da Terra.
O homem não tece a teia da vida;
Ele é apenas um fio.
Tudo o que faz à teia,
Ele faz a si mesmo.
(Ted Perry, inspirado no Chefe Seattle)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MOMENTOS

Momento de saudar a primavera e aplaudir a sua estação,
Refletir sobre a vida que nos abraça e nos testa.
Momento de ver e admirar cores e amores,
E calar em respeito ao que se pode ver e sentir.

Momento de aplaudir uma vida especial, que em outros céus, planta a semente que traduzirá em luzes, sons e germinadas idéias, a realização de um querer.
E silenciar sob a forma de oração, pela data festejada.

Momento de refletir sobre as inconseqüências de alguns, os falsos profetas que desrespeitam os inúmeros cidadãos e enganam com palavras de ordem, sob a proteção de mentiras e surrealistas planos , expostos como realizáveis.
E sentir indignação.

Momento de ter paciência para atravessar uma ponte, vê a negação do que seria óbvio, com atitudes inimagináveis, porém, permitidas, diante de quem deveria inibir.
Momento para entender o que caracteriza um protesto, o que forma o ideal de um manifesto e, em nome da liberdade de expressão, precisar calar o que revolta,prender os gritos e acorrentá-los porque não serão ouvidos.

Momento de rever a necessidade da gratidão pelos construtores de edificações sólidas, mesmo que não ocupem mais salas, andares, “status” , provando a solidez de caráter.
Momento de espanto diante de tantas afrontas morais, de tantos esquecimentos, de tantas aberrações humanas.
Momento de reflexão, de controlar a ânsia de jogar para fora, o que macula quem é probo.
E desprezar quem,por tanto tempo foi beneficiado, e hoje esquece...

Momento de pensar, de encarar as facilidades momentâneas, que garimpam gabinetes provisórios e sentir asco.
Momento de aguçar os sentidos, pois um domingo especial está para chegar e marcar, para bem ou para mal, uma temporada de louvor ou horror...
Momento de ter um momento para pensar.
E crescer!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A PERPLEXIDADE DA FAXINEIRA DE ILUSÕES



Para iniciar a sua rotina de dar brilho às ilusões, a Faxineira caminhou nas ruas e reencontrou vidas que lhes são caras e lhes dão alicerce para a sua missão.
Parou diante de um visual que a encantou, atestando a presença de uma Energia Superior, através de um rio que sempre foi amparo alimentar para tantos e, mesmo sendo desrespeitado,com a poluição, ainda abriga canoas e pescadores, pacientes pescadores, que embelezam mais ainda o que se vê.
Num banco,sentada diante do esplendor, a Faxineira reencontrou uma Mulher Sonhadora, acusada de andar nas nuvens por gostar de poesia e acreditar na romântica forma de ser sinestésica...
Conversaram e como se quisesse exorcizar o que fazia mal, sopraram ao vento, como bolhas de sabão, as lembranças que ainda aniquilam a Mulher que acredita em sonhos e tem a alma macerada pelas dores e mágoas.
E as frases foram, sinuosas, alçando vôos, palavras que ferem e marcam, ações que não são apagadas, ausências em momentos cruciais que permanecem presentes...
E a Faxineira calou em sua natureza de ouvinte para sofrer com os contares de uma mulher que teve como pecado maior, acreditar. E sentiu como dói a traição, que é ato mais vil que o ser humano alimenta,pois pisoteia confiança, admiração, crenças e projetos de vida para semear o caos anímico.
E entendeu que a única possibilidade de ajudar a Mulher Sonhadora seria falando de frestas iluminadas que dão, aos poucos, espaço para abrir vãos, ampliar horizontes, escancarar janelas, abrir tramelas e dissolver elos. E aspirou o que tanto deixava alma da Mulher, em eterna agonia e limpou as marcas das desilusões que viraram muletas para a vida da Sonhadora.
Prosseguindo, a Faxineira pisou em calçadas corretas , viu ruas sinalizadas, semáforos em pleno funcionamento, ao passar por uma ponte, constatou desrespeitos de quem não sabe o que é disciplina,formando filas duplas,impossíveis num certo momento,ignorando o trabalho de quem trocou o dia pela noite para um bem estar coletivo...
E, como muitos e muitos cidadãos coerentes e conscientes, sorriu com a farsa das chamadas de quem precisa e clama por eleitores, usando palavras básicas para a construção do caráter humano e que estão tão longe...
E ficou surpresa em ver e ouvir comportamentos e ações novos, usando de fatos alheios para ataques de pessoas, argumentos frágeis e deturpados para subir degraus em pesquisas...
E pensou em fazer uma grande faxina, com a ânsia de limpar tantas sujeiras, tantos atos torpes, tanta desumanidade que poderão ser, mais adiante, transformadas em abraços, batidinhas, insuportáveis batidas nas costas de quem ,antes, foi ofendido, porque tudo é possível(será?) em eleições...
Perplexa, não acreditou em ver rostos junto a outros, antes estampados em plotagens antigas, de quem agora eram antagônicos.
E a Faxineira não encontrou material suficiente para tal faxina...
Precisava voltar à sua tarefa normal...aspirar, varrer, brilhar,higienizar as ilusões, incinerar tudo que faz mal à alma, ao encantamento da vida.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Para refletir...

“Nunca houve negros!
A África foi construída só por vós
A América foi colonizada só por vós
A Europa não conhece civilizações africanas
(...)
nunca mataram pretos a golpes de cavalomarinho
para lhes possuírem as mulheres
nunca extorquiram propriedades a pretos
não tendes, nunca tivestes filhos com sangue negro,
ó racistas de desbragada lubricidade,
fartai-vos agora dentro da moral”

(Agostinho Neto. A renúncia impossível.1949)
Sem o mito do amanhã não existiríamos...Não fora o amanhã e secaríamos à beira do caminho, esboroaríamos como um cascalho no deserto. O amanhã é o que fermenta o hoje, que fermenta o ontem.

Affonso Romano de Sant'Anna

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Que seria de nós sem o socorro daquilo que não existe?
Paul Valéry

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A RETOMADA DO DESRESPEITO

E começam as agressões e os desrespeitos a quem quer sossego.
A campanha eleitoral chegou com toda força. E aparecem candidatos. E empurram em nossa garganta, o que é difícil de tragar...
Agridem nossos ouvidos com “jingles” absurdos, com rimas dignas de enfartar qualquer um, com “slogans” surrealistas, porque em política se vive no mundo dos absurdos, até símbolo estrangeiro em época errada já acelera as suas passadas.
E pela imposição, porque, mesmo não concordando, somos obrigados a ouvir o que não queremos, ver em nossas mãos, distribuídos nas ruas, os coloridos e estúpidos “santinhos”, os apertos de mãos nojentos, os sorrisos escancarados, principalmente de quem nunca gostou de mostrar os dentes e os abraços,ah! os abraços, além das visitas em casas de bairros, jamais visitadas...
E tomem torpedos... de gente que não queremos ver, não precisamos ouvir, mas, vemos e ouvimos,porque a campanha eleitoral chegou a velocidade máxima e nada podemos fazer. Apenas sofrer a indignação, calados.
Humanizar mais a cidade? Gerar mais empregos?Melhorar a cidade?Competência? Dignidade? Seriedade?
Mas, será que estamos tendo pesadelos? Não seriam requisitos primordiais e obrigatórios de qualquer cidadão, ser honesto?Não é dever de qualquer homem ter a dignidade de ser sério,de respirar probidade?
E chega a campanha eleitoral, aparecendo a seqüência de estupidez e desrespeito a quem tem pensamento e ideologias próprias, a quem tem o candidato certo,pela sintonia de pensamentos e ações. E caminham o desrespeito e a insensatez de grupos que desafiam a nossa inteligência, com folhetinhos empurrados em nossos portões, assinados por pessoas auto-eleitas como referência e ou multiplicadores , indicando a ou b como candidato de bairro, de ruas, de sei lá mais o quê.
E começam as agressões e os desrespeitos a quem quer sossego.
A quem precisa do domingo para repor energias pelo descanso e bem estar e é acordado, cedinho, com as palavras mágicas de reconstrução da cidade, de “humanização” dos munícipes; dos doentes em hospitais; dos idosos que necessitam de paz.
A retomada do desrespeito já está conosco.
Que horror!!!
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

SE ( Ruyard Kipling )

SE


Se consegues manter a calma quando à tua volta
Todos a perdem e te culpam por isso;

Se consegues ter confiança em ti quando todos
duvidam de ti e aceitas as tuas dúvidas;

Se consegues esperar sem te cansares por esperar
ou caluniado não responderes com calúnias
ou odiado não dares espaço ao ódio
sem porém te fazeres demasiado bom
ou falares cheio de conhecimentos

Se consegues sonhar
sem fazeres dos sonhos teus mestres

Se consegues pensar
sem fazeres dos pensamentos teus objetivos

Se consegues encontrar-te com o triunfo e a derrota
e tratares esses dois impostores do mesmo modo

Se consegues suportar
a escuta das verdades que dizes
distorcidas pelos que te querem ver
cair em armadilhas
ou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida
ficar destruído
e reconstruíres tudo de novo
com instrumentos gastos pelo tempo

Se consegues num único passo
arriscar tudo o que conquistaste
num lançamento de cara ou coroa,
perderes e recomeçares de novo
sem nunca suspirares palavras da tua perda.

Se consegues constringir o teu coração,
nervos e força
para te servirem na tua vez
já depois de não existirem,
e agüentares
quando já nada tens em ti
a não ser a vontade que te diz:
"Agüenta-te!"

Se consegues falar para multidões
e permaneceres com as tuas virtudes
ou andares entre reis e pobres
e agires naturalmente

Se nem inimigos
ou amigos queridos
te conseguirem ofender

Se todas as pessoas contam contigo
mas nenhuma demasiado

Se consegues preencher cada minuto
dando valor
a todos os segundos que passam

Tua é a Terra
e tudo o que nela existe
e mais ainda,
tu serás um homem, meu filho!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O DESENCANTO DA FAXINEIRA DE ILUSÕES

Enclausurada em suas emoções, a Faxineira, ausente, estava descansando, porque se energizava para retornar ao seu labor.
Silenciosa, reiniciou suas passadas pela aldeia, andando pelas ruas. E observava... Olhou portões que permaneciam fechados (sem chaves, abertos, apenas quando algum morador gritava para abri-los) impedindo a luz penetrar,porque naquelas casas inexistia a sede de viver e o encanto que deveria ter em todos os lares.
Algumas casas permaneciam iluminadas pela simples presença do núcleo familiar,porque nelas tudo era dialogado e cultivava o sentido da comunhão.
E andou por avenidas e subiu uma ladeira que abrigava uma mulher encantadora que, para a Faxineira, era um exemplo de vida. Octogenária, era jovem nas idéias, nas ações, na beleza do saber encarar a vida e tinha sempre um contar interessante, um testemunho que expandia a sua luz. E era uma amiga que guardava no coração há muito tempo, desde as primeiras escrituras que publicava, alicerçando um querer que já vinha de outra geração.
E a Faxineira sorriu com os novos contares da amiga que morava numa ladeira e desconhecia o bálsamo que tinha plantado em sua alma, desencantada de dores, desamores e solidão.
E retornou ao andar pela aldeia para começar a sua limpeza...Ver quem precisava de sua presença, de sua função. E desceu a ladeira.
E, diante de outra casa, constatou o desmoronamento da estrutura que deveria ser exemplar, porque via ali uma Babel devastadora, disseminando desarmonia, ódios e ações malignas. E viu a impossibilidade de faxinar, aspirar as maldades, espanar rancores, desinfetar palavras, porque - aproveitando as faixas etárias avançadas de quem ali, em outros momentos, direcionou tudo - seres que não cresceram cultural e espiritualmente, avançam em suas ações e firmam o caos.
A aldeia é total mudança.Passeando por suas ruas, a Faxineira sentiu felicidade,porque carências básicas estavam sendo sanadas, apenas, por direcionamentos normais e tão difíceis para tantos que sobem as escadarias de um palácio.
E viu as praças e as gentes que por elas passavam.E recebeu e deu sorrisos e abraçou braços abertos pela amizade e pela bem querência. E sentiu felicidade, mesmo que seu coração estivesse abrigando saudades antecipadas, vontades com grilhões, sonhos adormecidos e decepções de quem não esperava.
Mais adiante, encontrou a Mulher que sempre vê tudo pela janela... E sorriu ao lembrar-se da amiga que mora na ladeira e que tanto quer conhecer o ser que, “espiando”, vê a vida e as pessoas passarem, fazendo paralelos para o seu viver.
E sentou no banco e conversaram e falaram suas confidências e sorriram suas alegrias e choraram suas dores.
E aplaudiu os vôos de um menino calado que sempre acreditou nos sonhos que encantam e provocam emoção. E assentiu sua certeza no que ainda virá para seu caminho,porque suas passadas são abençoadas pela correção de valores e pela perseverança no que quer.
E sorriu...
Conversando, saíram andando pela aldeia. Duas mulheres, duas vidas, sentimento irmanado no carinho e respeito.
Mais alguns passos, a Faxineira parou diante do secular templo de orações, mentalizou uma estrelada garota que sorri com os olhos e ilumina quem com ela convive, pedindo à Energia maior renovação de bênçãos para a eterna menina que anda em esquecimento.
E chorou...
E ,com gestos silenciosos, solidária,a Mulher “que espia pela janela”, também chorou pela amiga que sofria uma mágoa doída e amarga.
E falaram sobre as ingratidões que chegam para qualquer um e tentaram entender como as mudanças podem envenenar almas lindas e iluminadas, como pessoas entram na vida de outras e semeiam alterações que dão tristeza.
Silenciosas para energizar o incontido sentimento de desencanto, as duas mulheres permaneceram imóveis, mas, unidas num questionamento profundo pelas almas maceradas, que precisavam de um milagre.
E, saíram em direções opostas para o início do dia.
Porque estava enclausurada por um tempo, a Faxineira recuperava a hibernação, com a ânsia de varrer, limpar, lavar, aspirar todas as dores que as pessoas vivenciavam naquela aldeia.
E partiu para o labor, para encantada, transformar quem precisava de sua presença.
E trabalhou sem descansar, talvez, para aplacar a agonia que tomava conta de seu coração.
A aldeia estava mudada e era bom constatar isso.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

OS PAIS ENVELHECEM

Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho.
Plena de emoções, por vezes angustiante, ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.

Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça.
Basta vê-los para que o coração se alargue em riso e cor. Um sorriso é capaz de abrir as portas de um paraíso.
Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem.

Mas, os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da matriz. O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem.
Envelhecemos. E então algo começa a mudar.

Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes. Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas.
Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância e isso é uma dor imensa para os pais.
Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebe as mínimas faíscas no olho de um filho.

É quando pais, idosos, dizem para si mesmos: Que fiz eu? Por que o encanto acabou? Por que meu filho já não me tem como seu herói particular? Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida. Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mas impertinente. Praticamente, não ouvem mais os conselhos.

A cada dia demonstram mais impaciência. Acham que os pais têm opiniões superadas, antigas.
Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as velhas músicas.
E tentam fazer os velhos pais se adaptarem aos novos tempos, aos novos costumes.
Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o controle.
Quando eles estão bem idosos, já não decidem o que querem fazer ou o que desejam comer e beber. Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo diferente.
Passeios, comida, roupas, médicos - tudo passa a ser decidido pelos filhos.
E, no entanto, os pais estão apenas idosos. Mas continuam em plena posse da mente. Por que então desrespeitá-los?
Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem discernimento?
Sim, é o que a maioria dos filhos faz. Dá ordens aos pais, trata-os como se não tivessem opinião ou capacidade de decisão.
E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há tanto amor.
Naquelas mãos trêmulas, há sempre um gesto que abençoa, acaricia.

* * *
A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da separação. Um dia, o velho pai já não estará aqui.
O cheiro familiar da mãe estará ausente. As roupas favoritas para sempre dobradas sobre a cama, os chinelos em um canto qualquer da casa.
Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos. Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.
Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles, ouça as histórias (mesmo que sejam repetidas) e dê-lhes atenção, afeto...
Acredite: dentro daquele velho coração brotarão todas as flores da esperança e da alegria.
Autor: JEFFERSON SANTOS

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

SAUDADE DE MEU FILHO




E o momento chegou... A saudade grandiosa apertando o coração, vontade de ainda ter aquela presença forte de amamentação, de proteção ao ser pequenino que precisava de mãos, braços, abraços...
Filhos são assim... Crescem (mesmo que a gente não queira aceitar...rs), formam a personalidade, seguem a vida, traçam seus caminhos.
Maravilha, quando continuam do bem, como é o meu caso .Mas, não deixam de ser os filhos,os meninos, as crianças...
Mas, o menino cresceu!Gabriel já está em Austin (Texas), iniciando a maratona do doutorado em música, sonho feito real, novinho...
Asas prontas para continuar seus vôos, confirmando a vida que já está formada.
Chegou ao porto de chegada, ao ponto inicial de novos projetos, de encantamentos pelo mundo grandioso que encontrará na Universidade do Texas, no espaço dedicado ao seu “xodó”, a música.
Filhos são assim... Inspiram sentimentos contraditórios à vida... Por que crescem, Meu Deus? Que bom que crescem, Meu Deus!
E chegam à alma materna tantas perguntas, tantas buscas de respostas para o que lhe aperta o coração.
Filhos são assim...
Uns esquecem que foram pequeninos, que receberam suportes emocionais, que tinham braços abertos a qualquer momento que precisassem. E esquecem, esquecem, esquecem de tantas coisas, de tantos momentos passados que foram o alicerce para seus passos presentes e se dão para quem chega por último. Mas, o que fazer com esses “esquecidos”? Apagar do cantinho que guarda os afetos? Não, continuar, de longe, com a querência e entregando os “esquecidos” a uma esfera maior.
Filhos são assim...
Outros continuam presentes, silenciosos na forma de amar,mas, com a memória em plena luz, guardando os momentos que viram braços abertos a qualquer momento... E aí, deixam saudades imensas, quando começam a voar, voar, voar...
Vivo esse momento, agora.
Sinto a saudade grandiosa de meu filho Gabriel, que está longe ...Mas, uma saudade que faz bem,porque aplaude o seu novo momento, a sua nova investida presente para o futuro que se projeta e não deixa de estar entre nós, sua família, mesmo de longe.
Filhos são assim...
Será que alguns pais não deram o caminho sólido para os primeiros passos de suas crias,e por isso tenham filhos chamados de “esquecidos”? Será? Não creio!Questiono muito o que virá para esses seres que perderam a memória... Receberão o que estão dando, mais para frente? Abrirão a alma e vislumbrarão alguma coisa?
Quem sabe!
O que importa é que estou sentindo saudades de meu filho. O que não é “esquecido”, graças a Deus.
E mentalizo as forças iluminadas para que pais( mãe e pai, claro) não estejam sendo vítimas de filhos esquecidos,porque a dor e a decepção devem ser imensas e intensas...
E peço a Deus que sejam sempre beneficiados por suas crias que cresceram, firmaram o caráter, constroem a vida, mas, permanecem os filhos, os meninos, as crianças...

Brindemos a você, Gabriel, que hoje inicia sua nova etapa em Austin, Texas.Que Deus,deuses e Orixás continuem abençoando a sua vida!

sábado, 2 de agosto de 2008

De Vitória Berbert de Castro

Ana Virgínia: Reafirmo o que lhe disse por telefone: sua homenagem a José foi magnifica, me emocionou muito। Estou mandando sua peça de declaração de amor e admiração , para Ramirinho e Liliane, filhos de José, bem como para o casal Izabel Ceres Araújo Rosa e Emilson Moreira Rosa, pessoas que além de promoverem a publicação do último livro dele,também promoveram aquele lançamento , aludido por vc, aqui em Ilhéus. Em meu nome e nome da família digo: MUITO OBRIGADA! Vitória
Ilhéus,02/08/2008.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Caiu a ficha!!!!Libertango e a antecipada saudade que vai chegando de mansinho estão perto de mim.

Dia chuvoso, céu nublado, tudo propício para pensar...Ouço "Libertango", com Piazzolla e faço reflexões de minha vida, lembrando-me quando fui apresentada, em plena adolescência, ao “ homem” do bandoneon , que me transmitiu tantas emoções e me transportou para outros céus, que não os baianos. E me fiz eterna admiradora dele. Transgredir, modificar, inovar...como Astor Piazzolla fez bem.Criou arestas,pois modificou o tango em suas raízes, dando as mãos à influência do jazz. E foi criticado pelos tradicionalistas. E foi desprezado por tantos,porque pensou e sentiu de forma diferente a música que amava... Argentino, precisou exilar-se em Paris e, lá compôs inúmeras maravilhas, saídas do seu universo anímico e do bandoneon, colado ao coração exausto de sofrimento e saudades de seu país. Fecho os olhos para ouvir melhor "Adios, Nonino", uma homenagem que fez ao avô.E fico emocionada,porque, quem tem afetividades, sabe o que ele quis falar através de ritmo, hamonia,melodia. Retorno aos acordes de "Libertango" e libero minha essência para a divagação e sinto tanta tristeza, que meu coração, assustado, questiona. Por quê?
Por que tanta insanidade no sentimento que fica sem limites, abre as asas e desinibido, exaure-se e entra no estágio de desconstrução?
Por que um sentimento tão profundo exerce o dúbio poder de desarrumar o meu coração?
Como sentir saudade que é triste,mas, ao mesmo tempo, alegre?
Em que momento enfrentei os labirintos do meu ser para enxergar o meu eu diante do espelho borgeano , abrir horizontes e sorrir?
Paro, reflito e descubro o motivo da entristecida vontade, que meu coração tanto induz à saudade e me embaralha na alegria.
Estou sentindo saudades, saudades novas, que antecipam a minha lacuna afetiva,porque Libertango remete-me a uma fresta iluminada, que, daqui a alguns dias, estará numa terra em que uma americana águia branca convida ao voar, voar, voar, voar e faz crescer, ampliar, dimensionar todos os projetos que requeiram lutas, certezas e amor, muito amor, pelo que se faz e se acredita. Percorro um espaço da fibra ótica e certifico o que me angustiava e me certificou da tristeza nova, ao ler uma simples expressão “arrumando as malas!!!”, aconchegando a saudade ao meu coração e expressando tudo que eu me preparava e insistia esquecer,voltando às brincadeiras de infância, de “faz- de –conta”, querendo esquecer que o dia chegaria...A ficha caiu! A saudade chegou,mas, junto com ela, a alegria de ver meu filho indo ao encontro de uma etapa nova, que lhe foi dada por suas crenças e esperanças no sonho que vira real.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

ANIVERSÁRIO DO DIÁRIO DE ILHÉUS

Um abraço especial para a equipe do Diário de Ilhéus, pela perseverança em acreditar num sonho...
Voz diária que luta pela cidade, o querido DI está completando, hoje, 9 anos.
Abraços para toda a equipe!
Um , bem especial ,para Damiana Gomes, a querida Dami !

A FALTA QUE ELE JÁ ESTÁ FAZENDO...


(Para José Augusto Berbert de Castro)

Ele precisava descansar? Ou será que não? Não dava para ficar um pouco mais?Por que sempre “batemos de frente” com a tal certa e indesejada morte? E questionamos e ficamos sem entender?Por quê?
Eu contesto hoje uma despedida doída, o adormecimento de um homem encantador e inteligente que tinha apenas 82 anos...Um homem com toda a vitalidade intelectual que, desde 1956, presenteou os fiéis leitores do jornal A Tarde, com verdadeiras aulas da sétima arte.
Tive uma relação interessante com José Augusto Berbert,porque o admirava desde a adolescência, absorvendo seus artigos como alimentos anímicos sagrados( o que me moldou o gosto e amor pelo cinema), recortando seus artigos, sorrindo com suas polêmicas, aprendendo, aprendendo, aprendendo e aplaudindo a sua escritura como um bem precioso para o meu coração. Sempre distante, sem conhecê-lo pessoalmente, mas, amando o ser que habitava naquela alma cheia de talento para ensinar. Uma adolescente que “sonhava” encontrar pelas ruas em Salvador o guru que lhe ensinou a amar o cinema.
E entendia o médico que passou por cima das teorias para lidar com os monstros sagrados da Meca do cinema.
E fui passando por etapas etárias, absorvendo tudo, embevecida pelo que me chegava. Aprendendo a ver o efeito da iluminação de cada cena, entendendo o papel da música numa película, conhecendo os grandes ícones do cinema que ele, Berbert, me apresentava com tanta sabedoria,o que me deslumbrava.
E fui acompanhando a sua trajetória, evoluindo e criando a famosa polêmica com o Grupo Gay da Bahia, passando por cima de tudo, criando arestas com alguns por isso, porém, fortalecendo a imensa legião de fãs que não deixarão de lhe admirar, agora, que foi descansar.
Anos depois, em plena maturidade, fui agraciada com um presente maior: almoçar com José Augusto Berbert!Vê-lo, conversar sobre a sua importância na minha formação cultural, sorrir com suas encantadoras crônicas e falar da minha admiração por ele.
Um dia, há pouco tempo, veio a Ilhéus lançar o seu livro Cine Maracangalha, uma maravilha para ler. E fui premiada por minha querida amiga Vitória, a um dia especial, almoçando com ele.
E como foi prazeroso estar com José Augusto e presenciar mais uma qualidade linda: o seu amor por Lícia, o entrosamento e a sintonia entre os dois.
Conversamos muito, relembramos de crônicas inesquecíveis( inclusive a que fez para irmã Dulce,falando de sua descrença pelo Ser Divino( e sorriu muito), de idéias afins, do prazer que me dava com a leitura de seus livros e de seus textos.
Dias depois, recebi em minha residência, um presente maior: seus outros livros autografados, com dedicatórias que me emocionaram.
Agora, não mais terei a gratificante oportunidade de lê-lo no Caderno 2...Ele precisava descansar...Será? Precisávamos ficar órfãos de José Augusto Berbert, agora?
Por que será que as pessoas questionam a morte, se ela é tão certeira? Com as perdas que venho presenciando, sei o motivo.
Porque a alma precisa de presenças para amar,aplaudir, admirar.
Porque as pessoas sentem a necessidade de brincar de eternidade, mesmo sabendo que sejam silenciosas mentiras para enganar a realidade e sonhar com o que querem imortalizar...
Porque as pessoas necessitam de outras, seja para amar, viver, conviver, ensinar, aprender ou aplaudir.
Peço licença para tomar emprestada uma frase de um conto de Gabriel Garcia Marquez ao saudar José Augusto Berbert,, responsável por um pilar de minha formação cultural: “A aldeia nunca mais será a mesma” sem ele।
(Em foto by Ramiro Berbert de Castro - Lícia, José Augusto, eu e Vitória Berbert de Castro)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

EDITH PIAF POR JEAN COCTEAU

"Permitam-me dizer que a sra Edith Piaf é um gênio. É inimitável. Nunca houve nem nunca mais haverá outra Edith Piaf. Ela é uma estrela que se devora na solidão noturna do céu da França. É ela que contemplam os casais abraçados que ainda sabem amar, sofrer e morrer. Como será que ela canta? Como se expressa Como tira do peito magro os grandes lamentos da noite? E eis que ela começa a cantar ou, melhor, que, como faz o rouxinol de abril, ela ensaia seu canto de amor. Uma voz que sai das entranhas, voz que a percorre dos pés à cabeça, desencadeia uma enorme onda de veludo negro. Essa onda quente nos submerge, atravessa e invade. A magia está feita. Edith Piaf, como o rouxinol invisível pousado no galho, vai também tornar-se invisível. Dela só restarão o olhar, as mãos pálidas, a testa de cera que concentra a luz, e a voz que infla, sobe, sobe, pouco apouco a substitui e, crescendo como sua sombra na parede, toma gloriosamente o lugar da menina tímida॥ Nesse minuto, o gênio que é a sra. Edith Piaf torna-se visível, e todos o constatam. Ela se supera. Supera suas canções, supera a música e a letra. Ela nos supera. A alma da rua penetra em todos os quartos da cidade. Já não é a sra. Edith Piaf que canta: é a chuva que cai, é o vento que sopra, é o luar que estende seu manto"
Jean Cocteau

SEMPRE CECÍLIA...

VIAGEM
A serviço da vida fui,
a serviço da vida vim;
só meu sofrimento me instrui,
quando me recordo de mim.
(Mas toda mágoa se dilui:
permanece a vida sem fim).

terça-feira, 15 de julho de 2008

Glamurama by Joyce Pascowitch

AGENDA:
19 deJulho de 2008.
Gabriel Santiago lança CD com pocket show na Livraria da Vila da Lorena.(SP)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O DESESPERO DA FAXINEIRA DE ILUSÕES NUMA MANHÃ SOMBRIA



Frida Khalo - "The Earth Itself - (My Nurse and I)

Ausente de seu labor, por um tempo, a Faxineira retornou à sua rotina diária, como varrer pensamentos negativos, aspirar lembranças que fazem mal, lavar atitudes inexplicáveis, espanar a poeira das indignações.
Por sentir falta de sua função que lhe dá serenidade, ela foi em busca das pessoas que formavam as gentes de seu povoado. Passeou pelas ruas e sorriu com a senhora octogenária que lhe passa tantos ensinamentos, conversou com a mulher forte que já passou por várias provações e sustenta outras vidas com o coração e a vida. Conversou com a balconista que atende como se estivesse num paraíso e entristeceu com a ausência de profissionalismo de quem trabalha com o que não gosta.
Continuou a varrer...varrer...varrer!
Ao juntar os restos anímicos de alguns seres, deixados nos monturos, a Faxineira reencontrou uma Mulher que há tempos não via.
E parou para procurar entender o que a modificou , lhe causando tanto espanto. Por que a Mulher perdeu o brilho do olhar que lhe caracterizava como dinâmica e pessoa ávida de construções? Quem a atingiu de forma profunda que lhe deu a desesperança latente, criando a couraça que lhe fortalece para não sucumbir? Quem magoou aquela Mulher?
A Faxineira preocupada, amparou a angústia daquele ser,porque sempre lhe transmitiu esperança, sonhos concretizados, projetos enriquecidos( mesmo que alguém nunca os tenha procurado ver), manuseio com a inteligência e a criatividade.
E chorou pela tristeza que ela lhe passava, porque quando uma mágoa macera a alma é difícil, muito difícil limpá-la, aspirá-la, dizimá-la.
E as duas conversaram e se ouviram... E o que se falou e se escutou não podia ser varrido, aspergido, limpado, só dividido e doído.
A Mulher que falava lamentou e questionou a incredulidade com a sua vida, perguntando à sua razão como se pode ter a capacidade de alguém conviver com outro, desrespeitando a essência, humilhando a presença num espaço convivido, ignorando as qualidades e acentuando e passando a terceiros os defeitos.
O que faz um ser inteligente criar abismos diante da vida que lhe dá tantas alegrias e insiste nas lembranças enraigadas numa infância, talvez com lacunas afetivas e sente o prazer insano de magoar quem lhe acompanha e nunca é enxergado?
Por que não se supera barreiras anímicas para explodir em emoções e sentimentos que fazem bem?
A Faxineira nada responde,porque sua alma está em silêncio.O que falar para ela? Perplexa, diante da Mulher que confessa seus tormentos, sente que uma despedida está prestes a acontecer.
Ninguém pode suportar tanto desamor, tanta anulação por tanto tempo. A Mulher, amiga que reencontrou, já tem elos afetivos desfeitos pelo desamor e desconsideração, já antecipa um outro chamado saudades, que lhe darão asas para voar em busca de uma solidão una, porque precisa terminar o seu ciclo de vida em plenitude.
A Faxineira descansa sua vida, sentindo um peso maior nas costas, como se estivesse carregando o mundo e suas reflexões.
Triste, tenta sorrir para a Mulher que lhe fala e que perdeu todas as suas referências vitais num passe de mágica ou talvez, numa premeditada atitude de outrem para aniquilar tudo que ela tinha de luz.
Como fazer mudanças na vida de quem lhe fala, se não tem respostas para si mesma diante de tanto desespero?
Como varrer mágoas se estão respaldadas em uma historia que ainda deixa em pé a Mulher que escutou?
De que forma espanar as tristezas dela se palavras e ações estão queimando em seu coração e em seus ouvidos?
Jogar fora a audição, a visão e a emoção daquela Mulher para não sofrer mais e mais, se as partículas de energia que lhe sobram são o alimento para ainda continuar?
A manhã sombria angustia mais ainda a Faxineira de Ilusões.Pela primeira vez ela não sabe falar e teve a nítida sensação de ter deparado com o caos.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A FORÇA DO SENTIMENTO QUE AMPARA

Parece mágica!Primeiro, a solidão, a angústia de reconhecer-se uno, a procura do que sabe que existe, mas nunca viu nem tocou, porque é sonho. Depois, a incontida reação de ver no âmago do existir aquela luz tomando forma, abrindo janelas para dar vazão às frestas iluminadas que, teimosas, sempre insistem em criar elos, abraçar emoções, aplaudir o que não é visível,mesmo que uma fenda tenha alçado vôo incerto...
Parece encantamento! A música exerce um poder intenso com o sentimento que ampara, faz renascer os mimos afetivos que alicerçam a vida, faz viajar para mundos desconhecidos e fortalecer as quimeras que alimentam a alma.
Ouvir, internalizar e sentir o som afinado do piano acariciado pela genialidade de Jarret faz, relembrar de outro ser que o apresentou ao coração de quem lhe tem amor .
O sentimento que ampara a razão e faz a emoção fluir tem um vasto poder. Chama lágrimas felizes, aplaude saudades antecipadas, porém, realizadas e amplia a mágoa pelas mãos vazias, que não podem mais proteger quem lhe macerou a essência.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

AH! A ALMA...É PRECISO ABSTRAIR, PARA NÃO PERECER.

AH! A ALMA...É PRECISO ABSTRAIR, PARA NÃO PERECER.


Para que a alma não sofra de dores nem de amores e que ela adormeça em sua essência, é preciso que o coração se fortaleça.
Para que as palavras não atuem no espírito fragilizado como garras e farpas que ferem, é preciso que a razão abstraia as fraquezas de quem as pronuncia para não perecer.
Para que a alma, ah! a alma doída, não se perca de seu crescimento, é preciso esquecer o que magoa, corta, queima para não se perder da evolução.
Ah! A alma! Como precisa aquietar para não emitir sussurros entristecidos e expor suas feridas maceradas!
Para que ela não sofra de dores e amores, é preciso silenciar, calar seus gritos e murmurar gemidos, que só os poucos podem ouvir.
Para que a mágoa anímica não interfira nos passos de quem foi atingido, é preciso relembrar frestas iluminadas para prosseguir a caminhada, porque tudo é tão efêmero, algumas imagens passadas refletidas no presente destorcem suas linhas e amedrontam, porque enfeiam a poesia de quem as creditou e ninou a esperança num futuro mundo tão sonhado e, agora, desmoronado.
Ah! A alma que sofre necessita de atenção e não de palavras embebidas em rancores indevidos, rotulando quem não precisa ouvir, infames e torpes termos desafiadores para quem tem fé, tecendo a dual curiosidade: santificar ou satanizar?!
Ah! alma doída, como precisa ter pacientes e aguçados sentidos para, em silêncio,como num ritual, “cobrir de neve o tropical coração” e continuar a enluarar quem acredita em estrelas, a proteger quem luta por quimeras e enternecer quem possui gladiadores afetivos que impedem o desamor.
Para que a alma não sofra de dores e amores é preciso abstrair para não perecer.

Ah! A ALMA...

É preciso aquietar a alma para não perecer de dor...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

SENTIR,OBSERVAR,VER,SILENCIAR E...TEMER.

Quando um dia a minha adolescência leu o que Drummond sentenciou “Agora, a vida é uma ordem”, não poderia imaginar que me inseriria no contexto grandioso da frase, em plena maturidade que abracei com tanta alegria.
Sim, a vida é uma ordem todos os dias,porque, do futuro, nada podemos saber, apenas ansiar. Então, por quê, no presente, hoje, passado, nos enganamos e criamos expectativas?!
Quando sonhamos e construímos castelos para nossa vida e de nossos seres especiais, estamos andando na contramão de todas as teorias,porque, grávidos de amor, fechamos os olhos e não enxergamos que é utopia sonhar com alguém, crescido, no futuro, tendo ações que, agora sei, independem de nosso comando.
A vida é uma ordem...Só o momento agora é comandante de tudo que nos envolve. Ele, o agora, é provedor de nossas ações,de nossas deslizadas, de nossos respingos de luz e ou desamores.
Daqui do alto, visualizando uma imagem linda da natureza, que se responsabiliza pelo nome de Cidade maravilhosa, tenho a límpida certeza que criei para o meu futuro deleite anímico, o que não cabia ao meu coração,pois não dependia apenas de minhas vontades.
Sei agora, que só poderia construir em e para mim, os castelos do meu pensamento enternecido de amores e colocar dentro deles, o príncipe e a princesa para o meu querer pessoal.
“Agora, a vida é uma ordem”,e, incrível!, depois de tanto tempo precisei do agora para entender isso.O “insight” veio ,sob a batuta de linhas toscas e tortas, regidas por quem nunca poderia imaginar. Que pretensão louca,meu Deus,sonharmos o futuro de criaturas,quando somos, apenas, a dádiva da criação...
É isso! Claro, sonhei errado, talvez, por ser de linha humanista e ampliar os meus horizontes de expectativas embalados pelas milhões de horas de leitura e deleite com companhias literárias- que me servem de asas,permiti a invasão de minhas vontades, estimulei-as no encantamento de brincar com bonecas de pano e de negas malucas, numa transferência para aplacar a angústia de não ter uma boneca essencial à minh’alma.
E o que me resta, agora, é que a vida me deu a ordem...sentir, observar, ver, silenciar e ...temer, independentemente do amar!
Rio de Janeiro,11/06/2008

terça-feira, 10 de junho de 2008

É possível sentir solidão numa noite linda no Rio de Janeiro?

Estar no Rio de Janeiro e sentir solidão é possível? Claro que sim!Hoje estou só...não só ausente de companhias, mas, uma solidão quente, querente e impossível de tangê-la.Uma solidão cheia e enriquecedora, porque pensante...
Ouço Modinha com Gabriel (violão) e Joana Queiroz (clarinete),numa intimista interpretação que dá mais nó no coração...
Por mim passam tantas coisas pela mente...
Que lamento bonito, som suave, corda e sopro. Que saudade! Saudade antecipada,porém, encantadora, porque já é falta de presença,mas,felicidade,porque será crescimento de um amor especial;
Saudade de mim, que um dia me perdi de minha essência, porque acreditei que as pessoas não se transformam no sentimento quando crescem,mesmo sendo um outro amor especial.
Solidão para pensar, colocar idéias amestradas...Solidão pelo medo de ter mudado e não aceitar, adiante, braços abertos,mesmo de seres especiais...
Solidão de vozes, risos, encantos e barulhos...
Solidão das certezas de que frestas iluminadas se tornam amplidão de luz e rumam para o espaço onde não há lugar para querências menores e demonstração de amor,porque acreditam ser grandes e esquecem que tudo é essencial...
Solidão de reconhecimento dos lugares afetivos que se esvaem, das ternas ações que criam elos e, pasma, reconheço aqui, numa noite bonita no Rio de Janeiro, que eles são vulneráveis e podem, e como podem!, ser rompidos.Basta-se apenas que se abra a porta para desconhecidas pisadas e invasão nas entranhas de quem, um dia, foi criador e não reconhece mais a criatura...
Saudades, tantas saudades!
É possível sentir solidão numa noite linda no Rio de Janeiro? Sim, como é possível!
Mas, a canção, em corda e sopro, que me encanta e vai crescendo no espaço que me acolhe, me dá a leveza para entender os desamores, mesmo que eles cheguem por quem a gente não espera,mas, os recebe como num abraço,porque são conscientes ,logo,certeiros e direcionados.
09/06/2008.