domingo, 26 de outubro de 2008

ANJOS, ARLEQUINS, FADAS E PALHAÇOS NO MUNDO DA FAXINEIRA DE ILUSÕES.

Apaziguando suas angústias, pela reclusão, a Faxineira retornou ao seu labor, passeou pela aldeia e reencontrou pessoas que lhe faziam ampliar a visão da vida.
Espantada, encontrou uma Mulher que sofria as dores do parto ao contrário, tentando fazer o retorno, ao seu ventre, da menina que se perdeu e está amparada por confusas opiniões e caminha para um labirinto sem fim...
E, diante de um visual magnífico que atesta a presença de Deus, a Mulher contou suas aflições e embalou suas mágoas, questionando o verdadeiro papel de quem acalanta ,por meses, um ser em formação. Para que o sentido aguçado da sensibilidade enternecendo os sonhos, os projetos de bonecas, os desejos de passeios estelares, se o crescimento do serzinho que tanto preencheu suas alegrias, agora, na contra-mão, esquece do papel iluminado da mulher que, sublimada, abriu as fronteiras da maternidade e se transformou em mãe.
Silenciosa, a Faxineira nada conseguiu falar, porque a dor lancinante da ingratidão, marca a alma e faz perecer, e, revigorando o coração , a Faxineira, pela energia da água que tinha à sua frente, caminhou e iniciou a sua missão. Aspirar, varrer, limpar, espanar.
Entrando no surreal e dalístico mundo, viu anjos que descansavam suas energias, fadas que aguardavam seus momentos especiais,arlequins que escondiam, em preto e branco, “o sublime rei de um exército de fantasmas” e palhaços, inúmeros palhaços, que , em profusão, confundiam os transeuntes.
E, como metáfora vidente, falavam, gesticulavam e agiam como tais personagens camufladas.
Por que a amizade é colocada debaixo dos tapetes para dar espaço às cédulas e moedas, que são requisitos maiores de sobrevivência de muitos?
Em que mundo foi criado o encouraçado ser que camufla, esnoba e desfaz o que é dito para o vento?
E a Faxineira começa a aspirar as impressões negativas que estão no ar. E lava as passadas sub-reptícias que enfeiam os passeios de tantas ruas. E, asperge os olhares que congelam, ferem e matam. Olhando ao redor de tantos espantos, ela enxerga um clarão e conversa com uma sábia senhora que, em sua humildade, profetiza verdades. E que, para espanto de muitos, conversa com seres invisíveis, ouve seus lamentos, suas preocupações, seus recados e enxuga lágrimas de quem foi mãe e sempre será maternal proteção...
A aldeia está mudada. A mulher que chora pelo retorno da menina que gosta da lua, sente que o traço vital já está firmado pela inconseqüência e incompreensão. E , triste, encontra o desamparo e a decepção. E dá as mãos à solidão.
Haveria oportunidade de ver uma Fada pairar nos sonhos da Mulher que se perdeu da menina e reconhecer o que ela vê, pressente e não pode ser acreditada?
A aldeia está mudada. Um espaço que antes era direcionado por uma fortaleza, agora está ruindo e um novo conceito de liberdade (?) foi implantado e vedou o que era espontâneo,até mesmo as desavenças, para ceder o lugar, a um arlequim dos labirintos borgeanos que se esqueceu dos espelhos que denunciam.
Há mudança na aldeia e a Faxineira de Ilusões caminha para o seu labor.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Glória Perez

Glória Perez escreveu bonito sobre a tragédia de Santo André. Quantos valores continuam sendo invertidos em nosso país!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

QUE DESCOBERTA!

Um dia acreditei em sentimentos imutáveis... Agora, tento rever meus conceitos de vida, querências, afetos, pessoas, entes queridos, amigos.
Porque, pode ser que, quem fazia parte de um mundo tão meu, não tinha a mesma sintonia do meu coração.
Que pena!

ELES LEGARAM PARA NOSSOS CORAÇÕES

*A bondade só pode existir quando não é percebida, nem mesmo por aquele que a faz.
Hannah Arendt

*Sonha o menos possível, exceto quando o propósito direto do sonho for um poema ou uma produção literária. Estuda e trabalha.
*Fernando Pessoa

*Uma criança não reza, ela é uma oração.
Walt Whitman

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MÁRIO QUINTANA:

"Cada palavra é uma borboleta morta espetada na página:
Por isso a palavra escrita é sempre triste..."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Li o texto, abaixo, e achei coerente em certos momentos da vida,porque, às vezes, a gente pensa que vai perecer de tanta dor...Melhor ainda seria se tivéssemos um Mestre que nos desse a mão, estimulasse a nossa auto-estima e nos iluminasse com tanta sabedoria.

SEJA UM LAGO


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse
Uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
“Qual é o gosto?” perguntou o Mestre.
“Ruim” disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra
mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou
O sal no lago, então o velho disse:
“Beba um pouco dessa água”.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
“Qual é o gosto?”
“Bom!” disse o rapaz.
“Você sente o gosto do sal?”
Perguntou o Mestre.
“Não” disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
“A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor
depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer,
a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas
que você tem na vida.
Deixe de ser um copo. Torne-se um lago”.
(autor desconhecido)

APLAUDIR, REVERENCIAR E RESPEITAR UMA MULHER.


Hoje reverencio uma Mulher.
Uma Mulher que, um pouco mais de meio século, é uma fresta iluminada em minha vida e de tantas outras vidas, abrindo caminhos, clareando espaços, e, dentro da sua forma de ser, mostrando a força de quem sempre norteou a quem fez e faz parte de seu mundo vivencial.

Hoje é dia de falar de gratidão.
De relembrar a vida dinâmica que tinha a energia só possível em super heróis do mundo infantil, andando de um lado para outro, ocupando todos os espaços exigidos e permitidos em nome de uma maternal missão.

Hoje é dia de aplausos.
De aplaudir uma Mulher especial que apascentou duas gerações, abdicando de sua própria vida, mesmo que limitada fora do seu mundo, para acalentar, alimentar, impor limites, ensinar deveres e direitos, dar exemplos e encontrar tempo para vivenciar e exercer a caridade aos menos favorecidos sociais.

Hoje é dia de silenciar por respeito.
Calar diante da batalha atual da Mulher - por quem estou reverenciando – que luta contra um exército, agigantando-se como um oceano que lhe tolhe o equilíbrio, enviando ondas momentâneas que lhe fazem olvidar o que lhe encantou, lhe marcou, lhe deu vida.

Hoje é dia de enfrentar invisíveis seres que não lembram do passado e, hoje, presentes mais do que nunca, estão fechando olhos, por interesses pessoais.
E esquecem de reverenciar a Mulher que formou suas trajetórias, abrindo caminhos, clareando espaços, acalentando, alimentando, impondo-se, repreendendo e anulando a própria vida para dar vida a tantos deles.

Hoje é dia de aplaudir a minha mãe por tudo que foi e é, de parabenizá-la pelo aniversário próximo, e agradecer a sua vida em minha vida e na de meus filhos, por quem é reverenciada até hoje.

James Lovelock em A Vingança de Gaia

“Gaia, a Terra Viva, está velha e não está mais tão forte como há 2 bilhões de anos. Ela luta para manter o planeta fresco o bastante para sua profusão de formas de vida contra o inevitável aumento do calor solar. Mas, para agravar suas dificuldades, uma dessas formas de vida –os seres humanos, animais tribais aguerridos com sonhos de conquistar até outros planetas- tentou governar a Terra em seu próprio benefício somente...”

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Isto sabemos.
Todas as coisas estão ligadas
Como o sangue
Que une uma família...

Tudo o que acontece com a Terra
Acontece com os filhos e filhas da Terra.
O homem não tece a teia da vida;
Ele é apenas um fio.
Tudo o que faz à teia,
Ele faz a si mesmo.
(Ted Perry, inspirado no Chefe Seattle)