quarta-feira, 10 de agosto de 2011




O RIO DO MEU POVOADO E O QUE ELE VÊ E CHORA


Há tanto que percorrer!
Tantas andadas que foram podadas, tantos (re)encontros que se tornaram inviáveis...
Ando pelas ruas do meu povoado buscando os sonhos que alimentei em outros lugares, com gentes diversas para insistir no desbloqueio de um momento que se tornou eterno.
Por que fujo de uma rua, de uma casa, de reencontrar pessoas que sujam a natureza humana com tantas traições direcionadas para amizades leais? O que fazer para anular comentários torpes, esquecimentos por conveniência, olhos fechados e costas dadas como desprezo? Calar mais? Ou limpar, aspergir, varrer?Não sou Faxineira? Não tenho a função de limpar? Ou continuar esquecendo a rua, a casa e as pessoas que usam máscaras enegrecidas pela ingratidão?
Continuo andando, varrendo o que está sujo e, mentalmente, exorcizando os quereres que fazem mal nas pessoas e buscando as maravilhas que Deus nos dá e tantas vezes são esquecidas.

Preciso de água, ver água, absorver a beleza das águas ...

Passo diante do rio que banha o meu povoado e o vejo se arrastando lento como uma serpente perdendo as forças... Em suas águas vão sendo levadas vazias caixas que poderiam ser recicladas, sacos e garrafas plásticas que se transformariam em tantas e úteis idéias, carcaças de caranguejos apodrecidos.
Mas, o que faz chorar o rio de meu povoado? Por que ele sente tantas dores assimilando os sentimentos de tantos que enxergam demais e pelos outros que não querem ver nada?

O rio que povoa o meu povoado carrega flores já murchas( antes embelezadas pelos pedidos e crenças místicos), consciências inanimadas que tombaram em suas águas, antes tão puras e pensamentos de quem precisa expurgar alguma coisa.



Ele chora a devassa dos valores morais, o esquecimento dos infantes que, abandonados por seus maiores, vão como as suas águas, sendo levados pelos convites amorais e delinqüentes de quem precisaria estar em estado cativo...
O que acontece com o rio que ainda embeleza o meu povoado?Por que tanta sujeira recebida?
Como posso varrer o rio do meu povoado? Como posso sair varrendo tudo que ele está levando?!...
Sonhos extintos e quimeras paralisadas, incompreensão pela juventude perdida por falta de orientação, hipocrisia estampada nas faces dos supostos responsáveis por uma futura geração em total estado de putrefação?
Em que lugar estão sentados que não podem desligar seus controles remotos, limpar seus óculos e tirar as correntes dos pés para a absorção das verdades?
O que impede os supostos guias de infantes-cegos-pelas-ofertas indignas de abrirem horizontes de expectativas com varinhas mágicas de boas leituras, boa musica e benfazejas orientações para futuros seres responsáveis sem seqüelas nem gírias ridículas que envergonham quem os ouve?

O vento sopra violento espalhando as folhas caídas das árvores restantes num diálogo de desolação com o rio que banha o meu povoado?
Posso fazer monturos com papéis jogados nos passeios, com as apodrecidas folhas que outonam os olhares admirados,mas como posso fazer monturos com desesperanças, desânimos, desrespeitos e com os assassinatos lentos e gradativos de quem nasceu há pouco?
Indago ao meu próprio coração: mas, não sou Faxineira? Não limpo ilusões?
O que hei de fazer?
Estou tão cansada...

O rio que banha o meu povoado chora... ( Ilhéus, 23/10/2010)

Um comentário:

Unknown disse...

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