quarta-feira, 11 de junho de 2008

SENTIR,OBSERVAR,VER,SILENCIAR E...TEMER.

Quando um dia a minha adolescência leu o que Drummond sentenciou “Agora, a vida é uma ordem”, não poderia imaginar que me inseriria no contexto grandioso da frase, em plena maturidade que abracei com tanta alegria.
Sim, a vida é uma ordem todos os dias,porque, do futuro, nada podemos saber, apenas ansiar. Então, por quê, no presente, hoje, passado, nos enganamos e criamos expectativas?!
Quando sonhamos e construímos castelos para nossa vida e de nossos seres especiais, estamos andando na contramão de todas as teorias,porque, grávidos de amor, fechamos os olhos e não enxergamos que é utopia sonhar com alguém, crescido, no futuro, tendo ações que, agora sei, independem de nosso comando.
A vida é uma ordem...Só o momento agora é comandante de tudo que nos envolve. Ele, o agora, é provedor de nossas ações,de nossas deslizadas, de nossos respingos de luz e ou desamores.
Daqui do alto, visualizando uma imagem linda da natureza, que se responsabiliza pelo nome de Cidade maravilhosa, tenho a límpida certeza que criei para o meu futuro deleite anímico, o que não cabia ao meu coração,pois não dependia apenas de minhas vontades.
Sei agora, que só poderia construir em e para mim, os castelos do meu pensamento enternecido de amores e colocar dentro deles, o príncipe e a princesa para o meu querer pessoal.
“Agora, a vida é uma ordem”,e, incrível!, depois de tanto tempo precisei do agora para entender isso.O “insight” veio ,sob a batuta de linhas toscas e tortas, regidas por quem nunca poderia imaginar. Que pretensão louca,meu Deus,sonharmos o futuro de criaturas,quando somos, apenas, a dádiva da criação...
É isso! Claro, sonhei errado, talvez, por ser de linha humanista e ampliar os meus horizontes de expectativas embalados pelas milhões de horas de leitura e deleite com companhias literárias- que me servem de asas,permiti a invasão de minhas vontades, estimulei-as no encantamento de brincar com bonecas de pano e de negas malucas, numa transferência para aplacar a angústia de não ter uma boneca essencial à minh’alma.
E o que me resta, agora, é que a vida me deu a ordem...sentir, observar, ver, silenciar e ...temer, independentemente do amar!
Rio de Janeiro,11/06/2008

Um comentário:

Unknown disse...

Ana... vc realmente sai de si. Escreveu com a alma... que sensibilidade
Poxa... Sem palavras....
Luciana Messias