terça-feira, 10 de junho de 2008

É possível sentir solidão numa noite linda no Rio de Janeiro?

Estar no Rio de Janeiro e sentir solidão é possível? Claro que sim!Hoje estou só...não só ausente de companhias, mas, uma solidão quente, querente e impossível de tangê-la.Uma solidão cheia e enriquecedora, porque pensante...
Ouço Modinha com Gabriel (violão) e Joana Queiroz (clarinete),numa intimista interpretação que dá mais nó no coração...
Por mim passam tantas coisas pela mente...
Que lamento bonito, som suave, corda e sopro. Que saudade! Saudade antecipada,porém, encantadora, porque já é falta de presença,mas,felicidade,porque será crescimento de um amor especial;
Saudade de mim, que um dia me perdi de minha essência, porque acreditei que as pessoas não se transformam no sentimento quando crescem,mesmo sendo um outro amor especial.
Solidão para pensar, colocar idéias amestradas...Solidão pelo medo de ter mudado e não aceitar, adiante, braços abertos,mesmo de seres especiais...
Solidão de vozes, risos, encantos e barulhos...
Solidão das certezas de que frestas iluminadas se tornam amplidão de luz e rumam para o espaço onde não há lugar para querências menores e demonstração de amor,porque acreditam ser grandes e esquecem que tudo é essencial...
Solidão de reconhecimento dos lugares afetivos que se esvaem, das ternas ações que criam elos e, pasma, reconheço aqui, numa noite bonita no Rio de Janeiro, que eles são vulneráveis e podem, e como podem!, ser rompidos.Basta-se apenas que se abra a porta para desconhecidas pisadas e invasão nas entranhas de quem, um dia, foi criador e não reconhece mais a criatura...
Saudades, tantas saudades!
É possível sentir solidão numa noite linda no Rio de Janeiro? Sim, como é possível!
Mas, a canção, em corda e sopro, que me encanta e vai crescendo no espaço que me acolhe, me dá a leveza para entender os desamores, mesmo que eles cheguem por quem a gente não espera,mas, os recebe como num abraço,porque são conscientes ,logo,certeiros e direcionados.
09/06/2008.

Um comentário:

Unknown disse...

Menina... esta viagem lhe deixou cheia de sentimentos que mal dá para definir. O que são os filhos, senão uma torrente de sentimentos que em certas circunstâncias extrapolamos a matéria e deixamos alma levitar....
Sinta....
Bjos, Luciana Messias