segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A SAUDADE DA FAXINEIRA DE ILUSÕES

Enchendo a alma de enternecimento, Ela buscou a esperança naquelas nuvens que ensaiavam um dia de paz.
Talvez por ser uma habitante de Vênus, que possui a dualidade simbólica (Estrela da manhã e Estrela da tarde), e, como uma pastora nômade buriata, acredita que esta Luz é “ o pastor celeste guiando o seu rebanho de estrelas”..., Ela buscou a tranqüilidade necessária para alimentar o seu dia e recordou da Menina, que também veio de lá.
Por estar em estado de saudades amadas, lembrou de imagens passadas, de seres infantes que eram diversão, alegria, festa na afinidade e na harmonia da troca, na comunhão afetiva que fazia de todos eles encanto, graça e amor, muito amor.
Lembrou da Menina que não está mais por seu povoado, da eterna enluarada que olhava para os céus e ensinava, a todos, o poder da celestial imagem que encantava e estimulava lendas, até mesmo, abrigando um cavaleiro real dizimando o dragão...
Lembrou tanto... de Vênus que protege todos os seres que se alimentam de poesia e do invisível que existe; daquela Menina que é seu habitante e continua relacionando-se com o Anjo Amael, operando no âmago da alma o amor e suas relações sadias.
Lembrou do mágico sorriso que se estendia para seus olhos e que fez tantos amigos! E, num momento na história de sua vida, se perdeu da Faxineira.
Lembrou da Menina, uma autêntica pastora de Vênus! Uma Menina que agora é proteção e fortaleza para outros afins e que foi tão forte para o espírito da Faxineira!
Porque o dia irradiava luz e calor, a mulher que busca aspirar as desatentas ações desumanas, teve a nítida impressão da presença da Menina, habitante do mensageiro do Sol, para, como antigamente, ser seu amparo de paz.
E chorou as ausências que tanto lhe angustiam, porque seus recados silenciosos, só interpretados pela sintonia afetiva, agora não são mais ouvidos. Estão adormecidos no recanto dos sonhos que lutam com uma realidade que ela não gosta.
Porque o dia está abrindo caminhos claros e perfeitos, a Faxineira iniciou o seu labor, colocando alfazemas e essências nas ruas, nas praças e nos cantos do povoado para ajudar a limpeza que ele precisa.
Visitou ruelas, parou para reverenciar um templo de fé que lhe acompanhou anos e anos e visualizou a mulher que agora é quase infante, porque a vida lhe presenteou com um transtorno que a faz frágil.
E a Faxineira sentiu seu colo ampliar a carinhosa presença do amor para cercar o novo mundo daquele ser que, a cada dia, desenvolve um infantil crescimento nas ações, nas vontades E acolheu aquele dependente ser que busca respostas num olhar vago...
Porque o dia clareou mais ainda sua mente, Ela viu a necessidade de sempre criar estruturas no novo mundo da mulher, que agora é criança, para respaldar a sua alma de encantos e diversões.
O dever de ser magia e segurança para a Mulher-menina criou asas e deu forças para a Faxineira sorrir da saudade da Menina de Vênus que lhe encantou e lhe encanta e ficou em paz.
Na paz que o dia de sol lhe abraçou.

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