segunda-feira, 6 de abril de 2009

MINHAS FRAGMENTADAS EMOÇÕES

I
COMO SORO
Fluindo em gotas
A sua vida
Revitaliza
O ser adormecido
Que fui.

Milagre...

II

Graves olhares
“ verdejam” a praça...
gravetos em cumplicidade
unem a verdade
e desarmam a realidade:
como driblar a saudade?


III

Refrescando a memória
O hálito quente e querente
Da dor que não se segura
Apascenta a visceral necessidade
Que transpõe a realidade.
Vontades? Presença?
Saudades!

IV


Mais
Uma
Vez,
A doce
Realidade,
Sorrindo,
Me diz:
Bis
Bis
Bis!

V


A lua
Suas fases
faces
A vida
A terra
calendário
Movimentos
da lua
Dos ventos
Quem me guia...
A lua?
Crescenteeeeeeeeeeeeeeeeeeee,
Querente...
Eterna em minha mente!


VI


Escoam
Liquefeitas
As emoções que teimam adormecer
Nos labirintos borgeanos de uma alma que atravessa espelhos...

Gota a gota
Cristalizadas
Elas fragmentam um ser
Aberto, apático, raquítico
Sob a forma de lágrimas
Que se tornam vísceras expostas
A uma história
Que se perdeu na proposição
Do caos.

VII


(“ Todo Homem tem dentro de si ,um vazio do tamanho de Deus” Fiodor Dostoievsky)


Transitam
Diante de olhos incrédulos
As imagens que reconstruíram
Uma vida, hoje, perecidas.
Neles
Estão gravados
Vínculos amolados
jorrando as dores
Afiadas pela incapacidade de entender
Perdas, ausências, e silêncios
Imolados por única palavra
Que tem o tamanho do vazio de Dostoievsky:
Adeus!

Ana Virginia Santiago

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