segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Grandiosa CECÍLIA MEIRELES
( Peço licença ao autor ( que desconheço) da bela foto)
SE TE PERGUNTAREM quem era
essa que às areias e gelos
quis ensinar a primavera;
e que perdeu seus olhos pelos
mares sem deuses desta vida,
sabendo que, de assim perdê-los,
ficaria também perdida;
e que em algas e espumas presa
deixou sua alma agradecida;
essa que sofreu de beleza
e nunca desejou mais nada;
que nunca teve uma surpresa
em sua face iluminada,
dize: "Eu não pude conhecê-la,
sua história está mal contada,
mas seu nome de barca e estrela,
foi: "SERENA DESESPERADA".
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"O QUE AMAMOS está sempre longe de nós:
e longe mesmo do que amamos - que são sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez.
só para em nssa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exato jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão."
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