segunda-feira, 24 de outubro de 2011

QUE PENA DE VOCÊ, ILHÉUS! QUE BOM PARA VOCÊ, ILHÉUS!

Passo por suas ruas e fico constrangida ao ver tanta sujeira, tantos desrespeitos por você ...
Por suas esquinas a vida parou para a civilidade, para a construção e para as noções básicas de higiene.
No centro da cidade,num espaço onde estão localizados bancos, Correios ,lojas e um ponto que recebe turistas para compras, o lixo vira tapete na rua e o vento executa a sua melodia para fazê-lo dançar em piruetas, distribuindo sujeira e doenças para todos os cantos.
Cidade turística...
Que pena de você, Ilhéus!

Diante de um prédio que abriga uma Instituição vejo, entrando e saindo, de sua porta “ esqueletos” desrespeitando a cidadania e a seriedade da confiança dada pelo povo, sorrindo e envergonhando a quem tem dignidade.

Que pena de você, Ilhéus!

Mas, também,para minha alegria e de tantos cidadãos ainda vislumbro seres confiáveis que não a mancham, quando foram indicados para exercerem seus papéis e os cumprem!
Que bom para você, Ilhéus!

Por seus bairros o caos impera,o lixo toma conta de tudo, as luzes apagam-se ao anoitecer dando lugar ao perigo, ao medo, à violência generalizada e ao desrespeito a quem paga seus impostos.
As calçadas convidam, com buracos que já festejam aniversário, aos acidentes,às torções, aos saltos de sapatos( quebrados) avisando ,principalmente,aos idosos e às crianças que é proibido sair, passear e viver em sua terra para evitarem as quedas que geram conseqüências maiores.
Que pena de você, Ilhéus!

Passo entre algumas pessoas e sinto saudades daquelas que pisavam seu chão, que geriam negócios, que estimulavam seu crescimento e que a amavam mesmo não nascendo aqui e vindo de terras distantes,mas, a abraçavam com amor e desejos de construção.
Como fazem falta os descendentes de mundos diferentes do nosso que a escolheram,Ilhéus!

Ouço falar dos novos “heróis” que atualmente são bajulados, incensados e homenageados e constato a ausência de reconhecimento para pessoas normais, sérias e dignas, que tanto construíram dando uma imagem nova à sua existência e à toda região e são esquecidas...
Pessoas que agora ditam as regras ocupando lacunas de filhos seus que não mostram” suas caras”...
Quanta inversão de valores, minha amada cidade!
Que pena sinto de você, Ilhéus!

Tomo conhecimento de novos nomes, uns firmando presença na política, outros com trabalhos realizados em espaços diferentes com novos olhares para a sua realidade, Cidade de minhas origens. Salve! Que bom para você, Ilhéus!
Mas, sei também que a cidade vizinha -Itabuna,através do seu Conselho Municipal, homenageou Renée Albagli Nogueira, com a Comenda Anísio Teixeira, como reconhecimento ao trabalho,compromisso,competência e dedicação nas relevantes contribuições à melhoria da qualidade social da educação ela que assumiu a Reitoria da UESC duas vezes e que presidiu o Conselho Estadual de Cultura... .
Baixo os olhos por você, Ilhéus!

Observo quem não sabe nem tem coragem de fazer,porém não gosta de quem faz e sinto tristeza por muitos de seus filhos,Menina Centenária, que não recebem o estímulo necessário às construções que realizam sendo “abençoados” com olhares e boatos invejosos e de mal-querer e evoluem na imaginação fétida de distribuir desamor.
Que nossos colégios permaneçam e novos cheguem e fiquem com respaldo de educar e construir novos cidadãos. Salve, Colégio São Jorge dos Ilhéus!
Que pena de você, minha cidade querida!

Alegro-me em saber que seres iluminados constroem e voam com seus talentos além de sua existência, cidade querida, e muitas vezes são vistos com indiferença...
E feliz,aplaudo, o talentoso Góca Moreno, por mais um espaço a mostrar sua arte bonita e emocionante, agora na capital.
Pessoas assumem a coragem de lutar por você, Ilhéus e muitas são desrespeitadas na luta por seus direitos,por sua preservação, andando sempre na contramão dos interesses diversos.
Bom para você, Princesinha do Sul( como fazia bem ouvir isso há tempos atrás), com as ações de Socorro Mendonça...
Que bom para nós, Ilhéus!

Olho o desgaste dos seus chamados cartões postais e mato a nostalgia com fotos deles tão lindos e bem cuidados e questiono a sua realidade.
A quem foi dada a permissão de enfeiarem sua essência e dilacerarem suas construções e seus patrimônios?
Biblioteca Municipal pede socorro, praças são espectros do que eram antes e o que deveria ser preservado historicamente dá e dará lugar à modernidade.
Que pena sinto de você, Ilhéus!
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Ana Virgínia
23/10/2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A alegria de ser ex-aluna da Piedade.

Com alegria chego num prédio que sempre me faz feliz.
Abro meu coração para a infância e a adolescência que foram buriladas aqui reportando-me ao passado tão presente em mim e entro com as lembranças acentuadas., a partir da portaria que foi tão bem guardada.
Estou num habitat de amor, tudo aqui é pacífico e iluminado para mim!
E,mesmo que minha vida esteja sempre presente passando pelos corredores tão preciosos, mesmo que nunca tenha me afastado desta Casa, mesmo que tenha repetido duas vezes a minha trajetória com meus filhos,a emoção bate forte e abre os braços às recordações...

Aqui passei tantos anos, percorri pelos imensos pátios,por esses corredores, parei muitas vezes ao vislumbrar -saindo da clausura - a figura pequenina e tão nobre e tão poderosa com vestes brancas e fazer a reverência à Madre Terezinha do Menino Jesus Decrocq, porque nos era ensinado o respeito à hierarquia.
Por muitas vezes, abri (e abro) a porta do mundo anímico da igreja, ficar diante da bela imagem da Mãe que sofreu a perda do Filho e senti ( e sinto) minh’alma apascentada...
Daqui tenho um sentimento de amor e gratidão.Por aqui meus filhos viveram a vida mais bonita e solidificaram os valores morais que trouxeram de casa e os eternizaram nesta Casa Ursulina.

Aqui na Piedade, não só eu, mas, meus filhos e tantos e tantos ex-alunos desta Casa, quando aqui chegam, revivem a alegria, o companheirismo, escutam os ensinamentos , ouvem as risadas, as gargalhadas pelas brincadeiras ( as travessuras, também) e ainda sentem a doçura do paladar das mangas e dos sapotis, geralmente usurpados para ficarem mais doces...
Tudo aqui é energia positiva...

Hoje, viveremos a ciranda da afetividade ...
Comemoraremos mais um ano de reencontro, de contares do passado e do presente, relembraremos as perdas recentes e vibraremos com as novas chegadas vitais.
Tudo em torno da beleza e da herança de sermos ex-alunos!

Hoje lembraremos da beleza que é festejar 95 anos de nossa Casa, da importância de traçarmos as diversas formas de homenagem ao centenário tão próximo...
Cem anos de uma obra que não se destrói!
Cem anos de um elo de aço que tem o poder de proteger, vigiar, aplaudir e velar pela causa de Madre Thaís do Menino Jesus Paillart.
Cem anos a ser festejado com louvor.

Hoje, nós, ex-alunos encontraremos a famosa portaria aberta como se uma voz dissesse: podem entrar!
(Ana Virgínia Santiago- Ilhéus-BA)
texto para o encontro de ex-alunos em 8/10/2011.
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